O encontro refletiu a importância do movimento Hip Hop se organizar politicamente, a fim de assumir espaços antes controlados pela elite burguesa, sem deixar que a cultura Hip Hop caia em mãos de empresários que querem institucionalizá-la, como já foi feito com o samba e outras culturas.
Foi declarado que o Hip Hop não vai fazer apenas a conexão (favela/centro), pois o mesmo é pouco, a revolução só será feita quando todos estiverem cocientes sobre a cultura Hip Hop, que ainda hoje não é considerada como tal. Dizer para a comunidade que trabalhos sociais de inclusão na sociedade é o caminho certo, que o poder democrático introduzido em nossa sociedade tem que ser mais humanizado não é o bastante, não enquanto, ainda estiverem se formando pessoas em faculdades sem a mínima compreensão do que é de fato a cultura Hip Hop, qual é a proposta do movimento Hip hop dentro da sociedade, quais são as condições de vida que os(as) moradores(as) de periferia estão condicionados a viver.
Para isso devera ser criado espaços dentro de escolas, faculdades, que façam uma reflexão mais ampla sobre estes assuntos, que os mesmos não menosprezem unicamente por não fazer parte de sua realidade.
Hoje o Brasil sofre com o monopólio das comunicações, que nega muitas vezes a liberdade de expressão, a classe que mais sofre com isso, é a classe: operaria, negra, índios, favelados, estes acabam recebendo em casa uma noticia destorcida, engolindo a seco mentiras, que servem apenas para proteger os grandes seres da TV, radio, jornal e muitos outros meios de comunicação que não trabalham para o povo. Uma comunicação suja que joga comunidade contra comunidade, pobre contra pobre, instalando assim o caos. Depois eles nos colocam que a educação é a solução, nós que estamos por baixo acatamos estas indicativas como a mais correta, mas quais educações recebemos nas escolas, uma educação libertadora? Ou uma educação alienadora? Que só interessa a elite, pois os protegem e os fortalecem, eles sabem que um povo burro, sem cultura, rende muito mais a eles.
A REJU ganha espaço dentro do movimento Hip Hop, justamente quando o mesmo abre espaço para tais discussões muito pertinentes a REJU, como por exemplo: questões sobre Homofobia, gênero, diversidade religiosa e étnica racial, debates sobre o quanto a juventude esta sendo marginalizada, pelo fato de não terem os seus direitos garantidos em leis, questões estas nunca antes levantada dentro do movimento Hip Hop, mostrando tamanho nivel de abertura para Grupos/Redes que buscam promover uma cultura de paz.
O encontro também destacou a importância de se criar leis que garantem a sobrevivência da cultura Hip Hop dentro dos estados, seguindo exemplo do estado do Rio Grande do Sul, que aprovou leis que asseguram o mesmo.
O Hip Hop como qualquer outro espaço de militância, não pode fechar os olhos para estas questões, assumir de fato espaços políticos dentro de instituições não governamentais, políticos partidários, cargos públicos, etc.
Pois mais do que nunca o mundo tornou-se uma grande rede, e agora temos que sempre estar atento para que nenhum elo desta rede se rompa.