sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Opinião: #REJU5anos, o que temos a dizer?


Daniel Souza*


 Pelas primaveras de 2007, em uma reunião do Fórum Ecumênico Brasil (FE Brasil), nasce um projeto: a criação de uma Rede Ecumênica da Juventude, com o objetivo de articular distint@s jovens na garantia e efetivação de direitos juvenis. Mas com algo em seu pulsar, as vivências ecumênicas. Em seu coração, em seu movimento, deveria existir a busca pela construção de uma casa-comum realmente habitável para todas as pessoas, com justiça e equidade! Um projeto que também buscava superar hiatos entre juventude e ecumenismo, decorrentes do duro período de ditadura civil-militar do Brasil. Tanto que para muit@s jovens, ecumenismo parecia ser uma “novidade”...
Em dezembro do mesmo ano, nascem as primeiras Jornadas Ecumênicas da Juventude, com o importante apoio de organizações ecumênicas como CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviço) e KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço. Os lugares: Rio de Janeiro e Recife. Nascem as primeiras regionais: Sudeste e Nordeste. Com o passar do tempo, outras Jornadas. A REJU nasce no Sul e no Centro-Oeste. Por fim, a rede é estabelecida na região Norte, a nossa organização mais recente. Agora estamos nos seguintes estados: Pará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul... em conselhos municipais e nacional de juventude, em fóruns ecumênicos e de juventude...
Movimentos juvenis, corpos que se encontraram. Redes que foram tecidas, entrelaçadas. Foram tecidos sentidos e lutas, paixões e desejos, com gente cristã (protestante histórica, católica, pentecostal), gente de candomblé, gente budista, gente sem religião. Gente de movimentos sociais e de caminhadas em prol da efetivação de direitos. Somos ecumênic@s em seu sentido mais amplo, diverso e plural, guiando-se pelo fôlego que nos mantém viv@s.
Assim nasce a REJU! Espaço onde falamos não de coisas, estruturas ou pesos institucionais. Mas falamos de pessoas, construímos relacionamentos que dão poder, resistem e transformam. Assim começa a Rede Ecumênica da Juventude, embalada nos ventos de primavera, nos sonhos de nossas gentes, nos nossos desejos, buscando a radicalização da democracia; a superação de intolerâncias (especificamente a religiosa e a sexual) e a defesa da liberdade e a diversidade das formas de se viver e de se construir; a efetivação de uma justiça socioambiental; a busca pela equidade de gênero; e a garantia de se viver como jovens, em suas ambiguidades e modos distintos, jovens como sujeitos de direitos e protagonistas de suas histórias.
O tempo passou rápido. Ainda estamos nos construindo enquanto rede, enquanto espaço de criação, partilha e fortalecimento. Espaço em que vamos nos elaborando em nossos modos de acontecer, ultrapassando fronteiras, forjando unidades em nossas lutas e ao mesmo tempo evidenciando nossas diferenças e particularidades.  #REJU5anos: um tempo em que fomos tecendo redes, apertando nós, afrouxando encontros, acolhendo tecidos, vendo outros se rasgar, costurando alguns, perdendo outros. Redes que nós mesmos fizemos, em nossos encontros, em nossas festas e em nossas lutas diárias. Somos este movimento de relações humanas. Uma teia que nasce de corpos em sua busca de sentido e dignidade de vida. O caminho permanece aberto, novos & velhos panos, novas & velhas lutas, novos & velhos cantos... Um bom tempo, com novos trajetos, é o que desejamos para esta rede que apreendemos a chamar de nossa, onde nos deitamos para sonhar com um outro mundo, outros jeitos de viver; onde nos fortalecemos em nossos nós para ensaiar, dia a dia, um outro projeto de casa-comum, em rebeldia e desconstrução/reconstrução. A rede está ai, com pontas e tecidos para que outr@s se juntem neste novo período que se segue, a partir de novos ventos de primavera! Vivamos a REJU! Feliz 5 anos! 

Daniel Souza é teólogo e atualmente é facilitador nacional da REJU e conselheiro do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE).
Fonte: http://www.reju.org.br/noticias-conteudo.asp?cod=1522

REJU PARTICIPA DO ENCONTRO ESTADUAL DE ECUMENISMO DO RIO GRANDE DO SUL



                Através da promoção da CNBB Sul III e do CONIC RS durante os dias 28, 29, 30 de setembro de 2012 realizou-se o Encontro Estadual de Ecumenismo, no Centro Mariápolis em São Leopoldo, RS.
            Principais agentes ecumênicos do Estado participaram de painéis motivados por Clemildo Anacleto da Silva (Centro Universitário Metodista – IPA) e José Ivo Follmann (UNISINOS), onde discutiram sobre a temática das Intolerâncias e como estas passam nos contextos religiosos relacionados aos aspectos culturais, históricos e políticos.
            Complementando os debates, os participantes sistematizaram posições diante de sua realidade nas oficinas que se referiram as temáticas: Mulheres (ministrada por Nívez I. Núñez – CECA), Homoafetividade (por Dr. André Musskopf, Assessoria de Políticas Públicas), Religiosidade e Cultura (por Marga J. Ströher – da Coordenação da Política de Diversidade Religiosa - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República), Ensino Religioso (por CONER), Juventudes (por Pe. Edison A. C. Thomassin – Trilha Cidadã), Raça e Etnia (por Selenir Kroubauer- EST). Coletivamente, foram propostos desafios e demandas diante da prática ecumênica no contexto estadual.
            Em acréscimo as pautas trabalhadas, Marga Janete Ströher tratou de expor a variadas formas de intolerâncias religiosas, que ocorrem no País e quais as iniciativas existentes junto ao Governo Federal tem sido aplicadas para mudar este cenário.

            Diante do contexto nacional e regional se reconhece que os desafios para a superação das intolerâncias tornam-se um compromisso diário assumido coletivamente por diferentes pessoas, que possuem a capacidade de transformar distintos contextos. Conforme enfatiza, Bruna Müller, 16 anos, representante da Juventude Anglicana, formações e encontros como estes são “muito interessantes, pois ajudam a tratar das diferenças e aceitá-las”.

 
Edoarda S. Scherer

Fórum Ecumênico ACT Brasil discute agenda de incidência para o futuro

 Marcelo Schneider

 A Cúpula dos Povos, evento organizado paralelamente à Conferência das Nações Unidas por Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, mostrou que a sociedade civil organizada passa por um novo momento de mobilização, de criação de novas alianças e renascimento de parcerias históricas capazes de sensibilizar a sociedade e pautar políticas públicas. Este foi o diagnóstico oferecido por três representantes de movimentos sociais reunidos num painel promovido pelo Fórum Ecumênico ACT Brasil (FE ACT Brasil), na tarde do dia 24 de setembro, em São Paulo. 

O FE ACT Brasil realiza sua reunião anual tendo como um dos principais itens da pauta a busca de consenso em torno de temas de incidência e defesa de causa e passou a ouvir os depoimentos de Tica Moreno, da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Daniel Souza, da Rede Ecumênica da Juventude (REJU), e Ademar Ludwig, do Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).



Mulheres
Tica Moreno destacou que o diálogo dos movimentos da sociedade civil, experimentado no processo que levou à Cúpula dos Povos, “revelou uma nova dinâmica de incidência e uma nova geração política que nos possibilitou ter mais clareza em relação à lente através da qual analisamos a conjuntura e estabelecemos nossas estratégias”. 
Moreno destacou o tema da divisão sexual do trabalho, que, segundo ela, se expressa no próprio mercado de trabalho  através das diferenças de remuneração entre homens mulheres, “realidade marcada por uma bipolarização onde há, de um lado, poucas mulheres bem remuneradas em posições de liderança, e, do outro, uma multidão de mulheres em funções menores com remuneração ainda menor do que a de seus pares homens com as mesmas responsabilidades”, afirmou. 
O esforço atual da MMM, segundo ela, é tentar  descobrir em que medida as relações entre homens e mulheres “são parte do sistema capitalista, machista e patriarcal onde vivemos”. 
“Analisamos a base material da opressão sobre as mulheres, que legitima a violência contra as mulheres em todos os níveis através da divisão sexual do trabalho”, continuou. 
“Vivemos uma realidade na qual as mulheres precisam conciliar atividades profissionais e domésticas, pois não existe partilha igualitária de responsabilidades com os homens. Além disso, existe hoje, no Brasil, cerca de 7 milhões de empregadas domésticas que fazem parte desta massa que compõe uma realidade desigual. “A nossa busca por justiça passa pela  luta por igualdade e partilha de responsabilidades entre homens em mulheres, pois a diferença abissal entre as horas gastas por mulheres e homens nas tarefas domesticas é um escândalo”, senteciou. 
Moreno ainda destacou a abordagem que o MMM deu à luta contra a mercantilização da vida,  uma das bandeiras da Cúpula dos Povos. Para ela, os processos e estruturas em que vidas humanas e a natureza são reduzidas a meras mercadorias levou o movimento a elaborar uma critica contundente ao modelo de economia verde. “Um dos pontos centrais de nossa atuação depois da Cúpula dos Povos tem sido o enfretamento da realidade da mercantilização neste modelo de desenvolvimento em voga que prioriza a exploração de territórios, dos recursos naturais e dos corpos das mulheres”, afirmou. 
O exemplo utilizado por Moreno foi o do aumento da prostituição em áreas onde grandes obras de engenharia são implementados. “As mulheres são usadas para amortecer os impactos gerais deste modelo desenvolvimentista. A sociedade por sua vez, já nâo reage mais e parece seguir a lógica dos governos e empresas que banalizaram a exploração sexual das mulheres”, concluiu.


Jovens
Daniel Souza, coordenador nacional da REJU, por sua vez, afirmou que a prioridade atual da rede é formar uma juventude que assuma seu papel na sociedade,” que seja protagonista e capaz de pautar políticas publicas e conceitos de desenvolvimento”. 
Dani Souza, da esquerda para direita junto ao facilitadores da REJU
Souza partilhou dados atuais sobre os jovens brasileiros. Segundo ele, 6,5 milhões de jovens não tem trabalho e apenas 12% frequentam universidades. Daqueles que têm emprego, 66% não tem carteira assinada e recebem pouco mais que a metade do que recebem os adultos nas mesmas funções. A violência contra jovens também foi destacada quando Souza informou que 50% dos homicídios em 2010 foram de jovens, dos quais 75% eram negros e pobres. 
Segundo o coordenador, experiências como a Cúpula dos Povos servem de laboratório de novas metodologias. Ele destacou o papel do setorial ecumênico e inter-religioso do evento, dizendo que “Religiões por Direitos proporcionou espaço de articulação e diálogo com outros movimentos. Lá, aprendemos que incidência política é feita em redes, e que a costura de novas parcerias é um aspecto essencial em todas as nossas estratégias atuais”, ponderou. 
Souza ainda destacou outro impasse na luta atual da juventude brasileira: “Os grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, tem causado grandes entraves na aprovação do estatuto da juventude, pois a questão da meia entrada em eventos toca diretamente os que querem lucrar com estes mesmo eventos”, assinalou.


Trabalhadores rurais sem terra
Ademar Ludwig, do MST, destacou o novo momento das relações na sociedade civil apontando a importância da criação de novas alianças estratégicas. 
Ludwig também partilhou sua análise de conjuntura nacional. “Há três grandes projetos em disputa no país.  O primeiro é puxado pelo governo do PT, com suas iniciativas desenvolvimentistas e políticas compensatórias que não resolvem os problemas estruturais do país. O segundo projeto é da direita, liderada pelo PSDB e pelo Democratas, que nunca saíram de cena, continuam dominando diversos níveis da sociedade e não se conformam com a perda momentânea do timão político nacional. Finalmente, o terceiro projeto é o da sociedade civil, das organizações sociais que tentam discutir modelos alternativos, construindo redes de cooperação”, frisou. 
O painel foi parte importante do exercício do FE ACT Brasil, formado por organismos ecumênicos, agências de apoio a projetos de desenvolvimento, igrejas, conselhos de igrejas e organizações parceiras, para estabelecer o seu planejamento para os próximos dois anos. 
Para Rafael Soares de Oliveira, secretário executivo de KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço, os depoimentos de Moreno, Souza e Ludwig “estão em sintonia com a conjuntura mais ampla com a qual estamos dialogando há muito tempo”. 
Os três painelistas enfatizaram a necessidade de mobilização e sensibilização da sociedade. “É impossível avançarmos ne defesa de causas sem formarmos e fortalecermos alianças”, enfatizou Eliana Rolemberg, diretora executiva da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), moderadora do painel. 
A reunião anual do FE ACT Brasil encerra no dia 26, com debates sobre o novo marco regulatório que consolidará a relação das Organizações da Sociedade Civil com o Estado. 
Embora exista desde o início da década passada, o FE ACT Brasil, desde 2010, é reconhecido como o fórum nacional de ACT Aliança. ACT reúne mais de 100 organizações de ajuda humanitária que atuam nas áreas de emergência, apoio a desenvolvimento e defesa de causas, estando presente em mais de 125 países, com 30.000 funcionários que implementam projetos que movem cerca de USD 1.3 bilhão em recursos oriundos de igrejas, organismos ecumênicos, fundos públicos e campanhas pontuais.


Mesa composta por Ademar Ludwig (MST), Eliana Rolemberg (CESE), Tica Moreno (MMM) e Dani Souza (REJU) 
Saiba mais em: www.actalliance.org
*Marcelo Schneider trabalha para o Conselho Mundial de Igrejas.

Recursos hídricos são tema de debate na Univates


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Tuane Eggers - clique na imagem para ampliar
Debate abordou temas como consumo, crise, bacias hidrográficas e problemas com a água
Nesta segunda-feira, dia 24, a Univates realizou, em parceria com a Pastoral Universitária Ecumênica (Pasune), o evento “Recursos Hídricos: debater para participar”. A atividade teve o objetivo de debater sobre vários aspectos dos recursos hídricos, envolvendo consumo, crise, bacias hidrográficas e problemas com a água.
Durante a noite, foi apresentado o vídeo “A história da água engarrafada” e, em seguida, os participantes debateram sobre os aspectos abordados. Entre eles: a potabilidade da água, o odor e o gosto presentes nesse recurso, as formas de tratamento, a desatualização dos padrões de potabilidade da água e a contaminação por agrotóxicos.
Uma das organizadoras do evento, professora Jane Mazzarino, falou sobre a qualidade da água nas bacias hidrográficas da região. “Tem alguns lugares em que a condição da água está preocupante. Vocês poderão ver pontos vermelhos no mapa, que representa a pior condição e isso certamente afeta também o gosto da água”, explicou. Outra organizadora do evento, professora Luciana Turatti, questionou os participantes sobre a relação das “águas engarrafadas” com o capitalismo e as empresas interessadas.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3714-7000, ramal 5540.

Texto: Tuane Eggers

REJU-Sul participa de Formação Ecumênica para Juventudes



Promovido pelo CECA (Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria) com o apoio do SELEO (Serviço Ecumênico Leopoldense) e da REJU durantes os dias 14, 15 e 16 de setembro realizou-se a Formação Ecumênica para Juventudes, na Escola Superior de Teologia, EST, em São Leopoldo (RS).
Durantes os dias de convivência, foram partilhadas distintas experiências ecumênicas e inter-religiosas, dentre elas:
  • Relato da organização e prática ecumênica da IECLB na Costa Rica, apresentada pela Pastora Renate Gierus;


  • Experiência do programa GIDIREC (Grupo de Dialogo Ecumênico e Inter-religioso) da UNISINOS (Universidade do Vale dos Sinos) apresentado pelo Pai Dejair de Ogum;
  • As ações em destaque da REJU e da PASUNE (Pastoral Universitária Ecumênica) através da representante da região Sul, Edoarda S. Scherer e integrante Henrique Kein.

Diante das discussões e momentos de convivência foram propostos esclarecimentos em torno da prática ecumênica e como ela pode e acontece de forma efetiva. De todas as manifestações e maneiras que o ecumenismo acontece, de forma comum se reconheceu que a prática ecumênica só existe a partir da disposição particular de cada um em aceitar e reconhecer a diferença do outro. E assim, encontrar na diversidade os caminhos possíveis para a superação da intolerância e a busca pela justiça.
 

Edoarda S. Scherer 

Encontro CREDEIR - CNBB Sul III

A REJU Sul esteve representada no encontro da CREDEIR, em Montegro, RS, no dia 05 de setembro de 2012.
Dentre a pauta foram mencionadas as programações de caráter ecumênico, como o Encontro Estadual de Ecumenismo que ocorre nos dias 28 a 30 de setembro em São Leopoldo.
O espaço possui como desafio pautar o ecumenismo na esfera católica.