Data de
publicação: 27/8/2013
Marcelo
Schneider/Conselho Mundial de Igrejas. Fotos: Edoarda Scherer
A reunião anual do Fórum Ecumênico ACT Brasil
(FE ACT Brasil), que ocorreu entre 20 e 22 de agosto, em São Paulo, dedicou boa
parte de sua agenda a análises da conjuntura atual brasileira que nutriram o
trabalho de construção de uma pauta comum de incidência pública a ser adotada
pelos membros do fórum.
Num painel formado por
representantes de movimentos sociais, organismos internacionais e cientistas
políticos, dia 20, foram apresentados diversos diagnósticos do quadro
político-social brasileiro após as manifestações populares de junho passado.
Carla
Bueno, do Levante Popular da Juventude, um espaço que envolve vários movimentos
de jovens ligados a partidos políticos e tem como objetivo a construção de
lutas e ações comuns, lembrou que as principais manifestações ocorreram na
cidade e não no campo, setor que, por muito tempo, concentrou as principais
lutas do país. “Nossas principais contradições hoje estão na cidade: as
jornadas de trabalho e de locomoção. As manifestações de junho serviram para
mostrar que o povo está esgotado, mas, como não houve muita organização,
as mobilizações, assim como se formaram,
também se diluíram”, afirmou Carla.
Para
Raul Amorim, do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), “as mobilizações mostraram uma mudança no
ânimo que acaba trazendo nova disposição para as lutas”. Seu ponto de vista foi
aprofundado pelo sociólogo Silvio Caccia Bava, do Instituto Polis.
Para
Silvio, as manifestações no Brasil ecoam particularidades das mobilizações
latino-americanas recentes. “Temos um cenário em que a vida foi mercantilizada.
Tudo o que se precisa para viver é necessário pagar para se ter. Atualmente,
30% da população de SP anda a pé porque não tem dinheiro para pagar transporte.
Neste cenário dá para ver o que significam 20 centavos: a vida tornou-se
insuportável”, afirmou.
Fonte da
notícia: http://www.reju.org.br/noticias-conteudo.asp?cod=1616