quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Congresso Continental de Teologia - Um novo Congresso e um Congresso Novo


Jaiane Kroth*

                Sob a expectativa de ser um novo Congresso e um Congresso novo, o Congresso Continental de Teologia reuniu teólogos e teólogas da primeira, segunda e terceira geração da Teologia da Libertação. Entre leigas e leigos, religiosos/as, padres, bispos, jovens, o Congresso teve cerca de 733 inscritos,  de 33 países, durante os dias 07 a 11 de outubro, na universidade Unisinos, em São Leopoldo/RS. O tema foi os 50 anos do Concílio Vaticano II e os 40 anos da publicação do livro de Gustavo Gutiérrez intitulado “Teologia da Libertação”
            Com objetivo de discernir os novos desafios de uma época marcada por profundas transformações, a metodologia do congresso contou com diferentes painéis, conferencias, oficinas, apresentações de trabalhos cientifico, curta-metragens, e momentos de espiritualidade, e propiciou um espaço de diversidade entre os e as diferentes participantes. Os temas abordados nas oficinas e painéis discutiram diferentes temas que tangem a realidades dos povos latino-americanos e os povos oprimidos do nosso mundo.
O Concílio Vaticano II que teve seu inicio declarado no dia 11 de outubro de 1962, foi um profundo processo de revisão da Igreja Católica Romana e de abertura para a realidade do mundo. Olhar para o mundo e perceber suas necessidades, anunciar as alegrias e esperanças frente  as realidades de injustiça e de morte a que o mundo se encontrava. Na América Latina, o Vaticano II teve a chamada “recepção criativa” e, com as conferencias episcopais que se seguiram (Medellín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida), afirmaram a opção da igreja Latino-americana e Caribenha pelos pobres.
            O Professor Dr. Libânio destacou que a Teologia da Libertação também é o resultado das novas ideias de Ser Igreja que o Concílio trazia para a América Latina somada a realidade de pobreza e exclusão que flagelava a vidas das pessoas em nosso Continente.  Afirma que três pontos inegociáveis para a Teologia da Libertação são a opção pelos pobres, a liberdade de hermenêutica e o seguimento ao Jesus Histórico.
Libânio comparou que a Teologia da Libertação é como Teseu que entra no labirinto para encontrar o minotauro. E Teseu ganha um fio, que nesta comparação Libânio diz que é de ouro, um fio de ouro que não o deixa perder-se dentro do labirinto. E ele escapa do labirinto porque o fio de ouro o salva.
Teseu é a Teologia da Libertação que entra no labirinto ao encontro dos muitos minotauros do nosso mundo, que perseguem e tentam matar essa teologia. Mas a TdL sabe por qual caminho voltar, sabe se defender porque tem o fio de ouro. E o que é esse fio de ouro para a Teologia da Libertação? Segundo Libânio é a opção pelas pessoas pobres. É a opção pelas pessoas empobrecidas que nos salva dos minotauros do mundo, e que nos mostra qual caminho devemos percorrer. É este fio de ouro que nos mantém coerente com o projeto de Jesus Cristo.
Geraldina Céspedes, em sua fala na conferencia inaugural do Congresso, afirmou que a Teologia Latino-americana e Caribenha é um tecido novo, e nos questionou com quais cores vamos pintar esse tecido. Também destacou que são diferentes as realidades e circunstancias que se apresentam em nosso continente, mais uma vez questionou como a teologia se relaciona com elas. “É preciso uma teologia mais lúdica e des-programada, transgredir para transcender,” destacou Céspedes.
O documento final Congresso reafirma que a Teologia da Libertação está viva e se adaptando as mudanças de tempo, existem gritos que não foram ouvidos plenamente pelo Vaticano II e pela TdL em seus inícios como as mulheres, os migrantes, povos originários e afro-descentes, a juventude, e outros rostos excluídos que emergem da invisibilidade. Certamente este Congresso marca uma nova etapa, e o desejo é que seja sob o signo da fecundidade, fidelidade, criatividade e alegria. Saem muitos sonhos para serem realizados, especialmente de que teólogas e teólogos jovens assumam essa tarefa deixada pelos teólogos/as da primeira geração. Como nos lembrou Gutiérrez que essa tarefa deve ser encarada com rigor, profundidade, e com doação de vida para as pessoas pobres.
Entramos e saímos do Congresso sabendo que somos contra ao Capitalismo Neoliberal que promove violência e exclusão mundial e que deixa camadas de pessoas as margens dos direitos básicos necessários a uma vida digna. Mas, de maneira especial, saímos com mais certeza de que muitas são as pessoas que acreditam que a Palavra Deus trás uma mensagem de resistência e esse sistema e que, a opção pelo seguimento a Cristo implica que também nos comprometamos com a superação desse sistema político-econômico. Assim como ficou impresso nas palavras do documento final, o sentimento que trazemos conosco deste Congresso é de que possamos seguir atualizando as demandas da Teologia da Libertação, aproximando-as sempre de uma prática eclesial comprometida com o povo. E que gravamos em nossos corações a profunda opção preferencial pelas pessoas pobres. Que sejam elas as destinatárias especiais da Boa Nova de Jesus Cristo. 


                                                                                                                     
*Jaiane, integrante da REJU Sul, (à Esquerda) com estudantes da Faculdade EST com Peter Pan e Jon Sobrino.





sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Opinião: #REJU5anos, o que temos a dizer?


Daniel Souza*


 Pelas primaveras de 2007, em uma reunião do Fórum Ecumênico Brasil (FE Brasil), nasce um projeto: a criação de uma Rede Ecumênica da Juventude, com o objetivo de articular distint@s jovens na garantia e efetivação de direitos juvenis. Mas com algo em seu pulsar, as vivências ecumênicas. Em seu coração, em seu movimento, deveria existir a busca pela construção de uma casa-comum realmente habitável para todas as pessoas, com justiça e equidade! Um projeto que também buscava superar hiatos entre juventude e ecumenismo, decorrentes do duro período de ditadura civil-militar do Brasil. Tanto que para muit@s jovens, ecumenismo parecia ser uma “novidade”...
Em dezembro do mesmo ano, nascem as primeiras Jornadas Ecumênicas da Juventude, com o importante apoio de organizações ecumênicas como CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviço) e KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço. Os lugares: Rio de Janeiro e Recife. Nascem as primeiras regionais: Sudeste e Nordeste. Com o passar do tempo, outras Jornadas. A REJU nasce no Sul e no Centro-Oeste. Por fim, a rede é estabelecida na região Norte, a nossa organização mais recente. Agora estamos nos seguintes estados: Pará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul... em conselhos municipais e nacional de juventude, em fóruns ecumênicos e de juventude...
Movimentos juvenis, corpos que se encontraram. Redes que foram tecidas, entrelaçadas. Foram tecidos sentidos e lutas, paixões e desejos, com gente cristã (protestante histórica, católica, pentecostal), gente de candomblé, gente budista, gente sem religião. Gente de movimentos sociais e de caminhadas em prol da efetivação de direitos. Somos ecumênic@s em seu sentido mais amplo, diverso e plural, guiando-se pelo fôlego que nos mantém viv@s.
Assim nasce a REJU! Espaço onde falamos não de coisas, estruturas ou pesos institucionais. Mas falamos de pessoas, construímos relacionamentos que dão poder, resistem e transformam. Assim começa a Rede Ecumênica da Juventude, embalada nos ventos de primavera, nos sonhos de nossas gentes, nos nossos desejos, buscando a radicalização da democracia; a superação de intolerâncias (especificamente a religiosa e a sexual) e a defesa da liberdade e a diversidade das formas de se viver e de se construir; a efetivação de uma justiça socioambiental; a busca pela equidade de gênero; e a garantia de se viver como jovens, em suas ambiguidades e modos distintos, jovens como sujeitos de direitos e protagonistas de suas histórias.
O tempo passou rápido. Ainda estamos nos construindo enquanto rede, enquanto espaço de criação, partilha e fortalecimento. Espaço em que vamos nos elaborando em nossos modos de acontecer, ultrapassando fronteiras, forjando unidades em nossas lutas e ao mesmo tempo evidenciando nossas diferenças e particularidades.  #REJU5anos: um tempo em que fomos tecendo redes, apertando nós, afrouxando encontros, acolhendo tecidos, vendo outros se rasgar, costurando alguns, perdendo outros. Redes que nós mesmos fizemos, em nossos encontros, em nossas festas e em nossas lutas diárias. Somos este movimento de relações humanas. Uma teia que nasce de corpos em sua busca de sentido e dignidade de vida. O caminho permanece aberto, novos & velhos panos, novas & velhas lutas, novos & velhos cantos... Um bom tempo, com novos trajetos, é o que desejamos para esta rede que apreendemos a chamar de nossa, onde nos deitamos para sonhar com um outro mundo, outros jeitos de viver; onde nos fortalecemos em nossos nós para ensaiar, dia a dia, um outro projeto de casa-comum, em rebeldia e desconstrução/reconstrução. A rede está ai, com pontas e tecidos para que outr@s se juntem neste novo período que se segue, a partir de novos ventos de primavera! Vivamos a REJU! Feliz 5 anos! 

Daniel Souza é teólogo e atualmente é facilitador nacional da REJU e conselheiro do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE).
Fonte: http://www.reju.org.br/noticias-conteudo.asp?cod=1522

REJU PARTICIPA DO ENCONTRO ESTADUAL DE ECUMENISMO DO RIO GRANDE DO SUL



                Através da promoção da CNBB Sul III e do CONIC RS durante os dias 28, 29, 30 de setembro de 2012 realizou-se o Encontro Estadual de Ecumenismo, no Centro Mariápolis em São Leopoldo, RS.
            Principais agentes ecumênicos do Estado participaram de painéis motivados por Clemildo Anacleto da Silva (Centro Universitário Metodista – IPA) e José Ivo Follmann (UNISINOS), onde discutiram sobre a temática das Intolerâncias e como estas passam nos contextos religiosos relacionados aos aspectos culturais, históricos e políticos.
            Complementando os debates, os participantes sistematizaram posições diante de sua realidade nas oficinas que se referiram as temáticas: Mulheres (ministrada por Nívez I. Núñez – CECA), Homoafetividade (por Dr. André Musskopf, Assessoria de Políticas Públicas), Religiosidade e Cultura (por Marga J. Ströher – da Coordenação da Política de Diversidade Religiosa - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República), Ensino Religioso (por CONER), Juventudes (por Pe. Edison A. C. Thomassin – Trilha Cidadã), Raça e Etnia (por Selenir Kroubauer- EST). Coletivamente, foram propostos desafios e demandas diante da prática ecumênica no contexto estadual.
            Em acréscimo as pautas trabalhadas, Marga Janete Ströher tratou de expor a variadas formas de intolerâncias religiosas, que ocorrem no País e quais as iniciativas existentes junto ao Governo Federal tem sido aplicadas para mudar este cenário.

            Diante do contexto nacional e regional se reconhece que os desafios para a superação das intolerâncias tornam-se um compromisso diário assumido coletivamente por diferentes pessoas, que possuem a capacidade de transformar distintos contextos. Conforme enfatiza, Bruna Müller, 16 anos, representante da Juventude Anglicana, formações e encontros como estes são “muito interessantes, pois ajudam a tratar das diferenças e aceitá-las”.

 
Edoarda S. Scherer

Fórum Ecumênico ACT Brasil discute agenda de incidência para o futuro

 Marcelo Schneider

 A Cúpula dos Povos, evento organizado paralelamente à Conferência das Nações Unidas por Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, mostrou que a sociedade civil organizada passa por um novo momento de mobilização, de criação de novas alianças e renascimento de parcerias históricas capazes de sensibilizar a sociedade e pautar políticas públicas. Este foi o diagnóstico oferecido por três representantes de movimentos sociais reunidos num painel promovido pelo Fórum Ecumênico ACT Brasil (FE ACT Brasil), na tarde do dia 24 de setembro, em São Paulo. 

O FE ACT Brasil realiza sua reunião anual tendo como um dos principais itens da pauta a busca de consenso em torno de temas de incidência e defesa de causa e passou a ouvir os depoimentos de Tica Moreno, da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Daniel Souza, da Rede Ecumênica da Juventude (REJU), e Ademar Ludwig, do Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).



Mulheres
Tica Moreno destacou que o diálogo dos movimentos da sociedade civil, experimentado no processo que levou à Cúpula dos Povos, “revelou uma nova dinâmica de incidência e uma nova geração política que nos possibilitou ter mais clareza em relação à lente através da qual analisamos a conjuntura e estabelecemos nossas estratégias”. 
Moreno destacou o tema da divisão sexual do trabalho, que, segundo ela, se expressa no próprio mercado de trabalho  através das diferenças de remuneração entre homens mulheres, “realidade marcada por uma bipolarização onde há, de um lado, poucas mulheres bem remuneradas em posições de liderança, e, do outro, uma multidão de mulheres em funções menores com remuneração ainda menor do que a de seus pares homens com as mesmas responsabilidades”, afirmou. 
O esforço atual da MMM, segundo ela, é tentar  descobrir em que medida as relações entre homens e mulheres “são parte do sistema capitalista, machista e patriarcal onde vivemos”. 
“Analisamos a base material da opressão sobre as mulheres, que legitima a violência contra as mulheres em todos os níveis através da divisão sexual do trabalho”, continuou. 
“Vivemos uma realidade na qual as mulheres precisam conciliar atividades profissionais e domésticas, pois não existe partilha igualitária de responsabilidades com os homens. Além disso, existe hoje, no Brasil, cerca de 7 milhões de empregadas domésticas que fazem parte desta massa que compõe uma realidade desigual. “A nossa busca por justiça passa pela  luta por igualdade e partilha de responsabilidades entre homens em mulheres, pois a diferença abissal entre as horas gastas por mulheres e homens nas tarefas domesticas é um escândalo”, senteciou. 
Moreno ainda destacou a abordagem que o MMM deu à luta contra a mercantilização da vida,  uma das bandeiras da Cúpula dos Povos. Para ela, os processos e estruturas em que vidas humanas e a natureza são reduzidas a meras mercadorias levou o movimento a elaborar uma critica contundente ao modelo de economia verde. “Um dos pontos centrais de nossa atuação depois da Cúpula dos Povos tem sido o enfretamento da realidade da mercantilização neste modelo de desenvolvimento em voga que prioriza a exploração de territórios, dos recursos naturais e dos corpos das mulheres”, afirmou. 
O exemplo utilizado por Moreno foi o do aumento da prostituição em áreas onde grandes obras de engenharia são implementados. “As mulheres são usadas para amortecer os impactos gerais deste modelo desenvolvimentista. A sociedade por sua vez, já nâo reage mais e parece seguir a lógica dos governos e empresas que banalizaram a exploração sexual das mulheres”, concluiu.


Jovens
Daniel Souza, coordenador nacional da REJU, por sua vez, afirmou que a prioridade atual da rede é formar uma juventude que assuma seu papel na sociedade,” que seja protagonista e capaz de pautar políticas publicas e conceitos de desenvolvimento”. 
Dani Souza, da esquerda para direita junto ao facilitadores da REJU
Souza partilhou dados atuais sobre os jovens brasileiros. Segundo ele, 6,5 milhões de jovens não tem trabalho e apenas 12% frequentam universidades. Daqueles que têm emprego, 66% não tem carteira assinada e recebem pouco mais que a metade do que recebem os adultos nas mesmas funções. A violência contra jovens também foi destacada quando Souza informou que 50% dos homicídios em 2010 foram de jovens, dos quais 75% eram negros e pobres. 
Segundo o coordenador, experiências como a Cúpula dos Povos servem de laboratório de novas metodologias. Ele destacou o papel do setorial ecumênico e inter-religioso do evento, dizendo que “Religiões por Direitos proporcionou espaço de articulação e diálogo com outros movimentos. Lá, aprendemos que incidência política é feita em redes, e que a costura de novas parcerias é um aspecto essencial em todas as nossas estratégias atuais”, ponderou. 
Souza ainda destacou outro impasse na luta atual da juventude brasileira: “Os grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, tem causado grandes entraves na aprovação do estatuto da juventude, pois a questão da meia entrada em eventos toca diretamente os que querem lucrar com estes mesmo eventos”, assinalou.


Trabalhadores rurais sem terra
Ademar Ludwig, do MST, destacou o novo momento das relações na sociedade civil apontando a importância da criação de novas alianças estratégicas. 
Ludwig também partilhou sua análise de conjuntura nacional. “Há três grandes projetos em disputa no país.  O primeiro é puxado pelo governo do PT, com suas iniciativas desenvolvimentistas e políticas compensatórias que não resolvem os problemas estruturais do país. O segundo projeto é da direita, liderada pelo PSDB e pelo Democratas, que nunca saíram de cena, continuam dominando diversos níveis da sociedade e não se conformam com a perda momentânea do timão político nacional. Finalmente, o terceiro projeto é o da sociedade civil, das organizações sociais que tentam discutir modelos alternativos, construindo redes de cooperação”, frisou. 
O painel foi parte importante do exercício do FE ACT Brasil, formado por organismos ecumênicos, agências de apoio a projetos de desenvolvimento, igrejas, conselhos de igrejas e organizações parceiras, para estabelecer o seu planejamento para os próximos dois anos. 
Para Rafael Soares de Oliveira, secretário executivo de KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço, os depoimentos de Moreno, Souza e Ludwig “estão em sintonia com a conjuntura mais ampla com a qual estamos dialogando há muito tempo”. 
Os três painelistas enfatizaram a necessidade de mobilização e sensibilização da sociedade. “É impossível avançarmos ne defesa de causas sem formarmos e fortalecermos alianças”, enfatizou Eliana Rolemberg, diretora executiva da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), moderadora do painel. 
A reunião anual do FE ACT Brasil encerra no dia 26, com debates sobre o novo marco regulatório que consolidará a relação das Organizações da Sociedade Civil com o Estado. 
Embora exista desde o início da década passada, o FE ACT Brasil, desde 2010, é reconhecido como o fórum nacional de ACT Aliança. ACT reúne mais de 100 organizações de ajuda humanitária que atuam nas áreas de emergência, apoio a desenvolvimento e defesa de causas, estando presente em mais de 125 países, com 30.000 funcionários que implementam projetos que movem cerca de USD 1.3 bilhão em recursos oriundos de igrejas, organismos ecumênicos, fundos públicos e campanhas pontuais.


Mesa composta por Ademar Ludwig (MST), Eliana Rolemberg (CESE), Tica Moreno (MMM) e Dani Souza (REJU) 
Saiba mais em: www.actalliance.org
*Marcelo Schneider trabalha para o Conselho Mundial de Igrejas.

Recursos hídricos são tema de debate na Univates


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Tuane Eggers - clique na imagem para ampliar
Debate abordou temas como consumo, crise, bacias hidrográficas e problemas com a água
Nesta segunda-feira, dia 24, a Univates realizou, em parceria com a Pastoral Universitária Ecumênica (Pasune), o evento “Recursos Hídricos: debater para participar”. A atividade teve o objetivo de debater sobre vários aspectos dos recursos hídricos, envolvendo consumo, crise, bacias hidrográficas e problemas com a água.
Durante a noite, foi apresentado o vídeo “A história da água engarrafada” e, em seguida, os participantes debateram sobre os aspectos abordados. Entre eles: a potabilidade da água, o odor e o gosto presentes nesse recurso, as formas de tratamento, a desatualização dos padrões de potabilidade da água e a contaminação por agrotóxicos.
Uma das organizadoras do evento, professora Jane Mazzarino, falou sobre a qualidade da água nas bacias hidrográficas da região. “Tem alguns lugares em que a condição da água está preocupante. Vocês poderão ver pontos vermelhos no mapa, que representa a pior condição e isso certamente afeta também o gosto da água”, explicou. Outra organizadora do evento, professora Luciana Turatti, questionou os participantes sobre a relação das “águas engarrafadas” com o capitalismo e as empresas interessadas.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3714-7000, ramal 5540.

Texto: Tuane Eggers

REJU-Sul participa de Formação Ecumênica para Juventudes



Promovido pelo CECA (Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria) com o apoio do SELEO (Serviço Ecumênico Leopoldense) e da REJU durantes os dias 14, 15 e 16 de setembro realizou-se a Formação Ecumênica para Juventudes, na Escola Superior de Teologia, EST, em São Leopoldo (RS).
Durantes os dias de convivência, foram partilhadas distintas experiências ecumênicas e inter-religiosas, dentre elas:
  • Relato da organização e prática ecumênica da IECLB na Costa Rica, apresentada pela Pastora Renate Gierus;


  • Experiência do programa GIDIREC (Grupo de Dialogo Ecumênico e Inter-religioso) da UNISINOS (Universidade do Vale dos Sinos) apresentado pelo Pai Dejair de Ogum;
  • As ações em destaque da REJU e da PASUNE (Pastoral Universitária Ecumênica) através da representante da região Sul, Edoarda S. Scherer e integrante Henrique Kein.

Diante das discussões e momentos de convivência foram propostos esclarecimentos em torno da prática ecumênica e como ela pode e acontece de forma efetiva. De todas as manifestações e maneiras que o ecumenismo acontece, de forma comum se reconheceu que a prática ecumênica só existe a partir da disposição particular de cada um em aceitar e reconhecer a diferença do outro. E assim, encontrar na diversidade os caminhos possíveis para a superação da intolerância e a busca pela justiça.
 

Edoarda S. Scherer 

Encontro CREDEIR - CNBB Sul III

A REJU Sul esteve representada no encontro da CREDEIR, em Montegro, RS, no dia 05 de setembro de 2012.
Dentre a pauta foram mencionadas as programações de caráter ecumênico, como o Encontro Estadual de Ecumenismo que ocorre nos dias 28 a 30 de setembro em São Leopoldo.
O espaço possui como desafio pautar o ecumenismo na esfera católica.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

REJU: Carta aberta sobre as eleições municipais

Nós, jovens da Rede Ecumênica da Juventude (REJU) - uma mobilização, a partir de distintas vivências de espiritualidade, para incidir em Políticas Públicas de Juventude e partilhar experiências para a garantia de direitos – reafirmamos a pluralidade da juventude e a sua importância como sujeitos políticos de nossa sociedade.
Neste sentido, diante do processo eleitoral de 2012, a REJU reitera o caráter não-partidário de sua organização ao não apoiar candidat@s ou partidos políticos. Entretanto, apresenta eixos de direitos para incidir no debate e pautar, em certa medida, as eleições municipais e contribuir com um modo de fazer política que se constrói para além de uma dimensão partidária.
Ao reafirmarmos esta posição, reconhecemos, também, que @s integrantes da rede podem se engajar em campanhas e partidos políticos, em sua autonomia, liberdade e protagonismo. Um apoio e uma militância que acontecem no âmbito pessoal, mas que precisam se relacionar com a construção de uma casa realmente justa, sustentável e habitável para todas às pessoas, bases de nossa rede e de nossa luta.
Com este intuito e com o objetivo de contribuir no fortalecimento dos direitos juvenis neste processo eleitoral, a REJU apresenta para candidat@s – inspirada na 2ª Conferência Nacional de Juventude e nos Pactos pela Juventude organizados pela sociedade civil do CONJUVE (Conselho Nacional de Juventude) - os seguintes eixos de direitos para a construção de uma cidade em que queremos viver:

1.    Direito ao desenvolvimento integral
Garantir políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento integral da juventude, ao proporcionar uma educação de qualidade e com perspectiva cidadã; ao assegurar trabalho decente para @s jovens; ao criar mecanismos que apoiem a cultura local e suas produções alternativas; e ao universalizar o acesso à comunicação e ampliação dos centros de inclusão digital.

2.    Direito ao território
Assegurar o direto ao território para a juventude, por este se configurar, além de um espaço físico, um lugar social, com tradições e características específicas. Implementar o passe livre para a juventude no transporte público. Garantir que as políticas públicas sejam pautadas por uma perspectiva sustentável em uma articulação entre justiça social e ambiental, rompendo imposições das grandes corporações, especulações imobiliárias e ausências de projetos de construção de cidades. Junto a isto, que as políticas proporcionem o acesso à terra, numa agricultura familiar e agroecológica.

3.    Direito à experimentação e qualidade de vida
Implementar políticas públicas que favoreçam o acesso a uma saúde integral, contribuindo, por exemplo, no enfrentamento à juvenização e à feminização do HIV/AIDS. Garantir uma vivência de práticas de esporte e lazer, o uso do tempo livre e o exercício da ludicidade, rompendo uma concepção de grandes projetos e eventos esportivos sem a participação popular em sua concepção e realização.

4.    Direito à diversidade e à vida segura
Criar políticas públicas que assegurem a vivência da diversidade, reconhecendo e garantindo, especialmente, o combate a práticas homofóbicas e de intolerância religiosa. Possibilitar mecanismos de enfrentamento à mortalidade juvenil, majoritariamente da juventude negra e empobrecida; e à violência contra a mulher.

5.    Direito à participação
Garantir espaços de participação juvenil, como a implementação de Conselhos e Secretarias/Coordenadorias Municipais de Juventude. Criar meios para que @s jovens acompanhem os programas e projetos, possibilitando a realização de críticas, a apresentação de sugestões e a contribuição para o aprimoramento das políticas públicas realizadas no âmbito municipal.

A REJU espera que estes eixos de direitos contribuam - a partir da experiência de militância que vivenciamos – com este momento de construção de projetos políticos para os municípios. Desejamos que nossas espiritualidades favoreçam a garantia da diversidade, a efetivação da democracia, a defesa da liberdade e a participação popular na construção de um mundo realmente justo; e não o obscurantismo e os encobrimentos de uma política afastada da ética e da justiça. 

 

Rede Ecumênica da Juventude (REJU)
Julho de 2012
 

REJU participa do Congresso de jovens da Igreja Luterana (IECLB) - Pelotas RS


A Rede Ecumênica da Juventude (REJU) participou do 21º Congresso Nacional da Juventude Evangélica da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (Congrenaje - IECLB) e o 7º FestArt (Festival de Arte). Uma atividade que envolve representantes dos 18 sínodos da igreja luterana.

Com o tema Conectad@s com Deus: protagonistas no mundo e o lema: Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te exemplo (1 Timóteo 4.12), o Congresso   teve início no dia 23, em Pelotas (RS), acontecendo até o dia 27 de julho. A REJU colaborou com este espaço de duas maneiras: i) expôs as suas publicações no stand da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), um oportunidade de divulgação das atividades que a rede desempenha; ii) e participou, com @s facilitador@s da rede - Edoarda Scherer (REJU-SUL) e Daniel Souza (REJU-Nacional), de oficinas sobre o Protagonismo Juvenil e Criatitude (Rio +20).
Conforme disse a coordenadora do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje), Katilene Labes: “Entendemos que diante da atual realidade é urgente que @ jovem conscientize-se do seu potencial, colocando seus dons a serviço e fazendo diferença no contexto em que está inserido. @s jovens integram a comunidade cristã e querem participar ativamente na Igreja. Sentem-se desafiad@s, junto com outras gerações, na construção conjunta de novos espaços de participação, bem como do fortalecimento dos espaços já existentes”.
Daniel Souza

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Enfim, REJU SUL na RIO+20, Cúpula dos Povos


Representamos a REJU Sul (Rede Ecumênica da Juventude Sul) junto a PASUNE, (Pastoral Universitária Ecumênica), PPL (Pastoral Popular Lutarana) e a FUMEC – MEC Brasil, (Fundação Universal dos Estudantes Cristãos), lá integramos a Caravana da Juventude Ecumênica, inserida na Cúpula dos Povos, no espaço da Coalização Ecumênica -Religiões por Direitos, que reuniu Cristãos, Indígenas, Quilombolas, Hare Krishnas, e demais entidades e organizações que trabalham por uma perspectiva ecumênica. Desenvolvemos atividades junto a jovens da América Latina, América do Norte e representações de todas as regiões do Brasil.
Participantes REJU Sul

Tivemos atividades específicas nas Tendas organizadas no Aterro do Flamengo e nas Plenárias de Convergência. A síntese destas planárias foi o que formou o documento oficial da Cúpula dos Povos.
Planária de Convergências: Direitos e Justiça Socioambiental


Participamos da Marcha da Cúpula dos Povos, no dia da Ação Global que reuniu todos os movimentos ali organizados.

Marcha da Cúpula dos Povos: Ação Global
Os representantes da PASUNE, Edoarda e Joaquin, foram coautores do livro lançado pela REJU na Cúpula: “Juventudes e Justiça Socioambiental: perspectivas Ecumênicas”.
 Livro: Juventude e Justiça Socioambiental: perspectivas ecumênicas
Também, realizamos atividades autossugestionadas e paralelas, conforme, segue:
Exibição do vídeo, “Cine juventude 2012”,  resultado da síntese dos debates, organizados a partir do Cine juventude na região do Vale do Taquari, realizados nas cidades de Estrela, Lajeado e Arroio do Meio.
Participação da Amostra Fotográfica organizada pela FUMEC, com jovens de toda América Latina, retratando a problemática da água em distintos países onde a região do Vale do Taquari representou o Brasil, através da fotografia de Ana Paula Weber, onde a jovem Inauã relatou nosso contexto. 
Inauã representou o Brasil na Amostra Fotográfica da FUMEC
A Cúpula dos Povos representou um espaço de diálogo e participação com a diversidade de pessoas e causas que por justiça e paz. 
Estes espaços possibilitam a compreensão  de distinta sociedades, culturas e etnias.  É um aprender prático, através das discussões, da convivência com o respeito com outro, o que engrandece a compreensão de mundo de todos os participantes envolvidos.
Caravana da Juventude Ecumênica - Cúpula dos Povos, Rio +20
Edoarda S. Scherer
REJU Sul (RS)

REJU Sul : últimos preparativos para a Cúpula dos Povos

No mês de junho, em São Leopoldo, integrantes da REJU Sul, encontraram-se na Escola Superior de Teologia (EST) para planejar os últimos detalhes na participação na Caravana da Juventude Ecumênica.


Estavam presentes, representantes da PASUNE e estudantes da EST, representações da REJU RS que participaram da Caravana da REJU na Cúpula do Povos, Rio+20.



Edoarda S. Scherer
REJU Sul (RS)

Cines Juventudes no Rio Grande do Sul

No estado do Rio Grande do Sul través do documentário "O veneno está na mesa" foram realizados as seguintes reflexões e abordagens:


Em Lajeado, no Centro Universitário Univates:


Cine Juventude: Univates/ Foto: Fernanda S. Scherer
 O auditório do Prédio 3 da Univates esteve lotado na noite desta quinta-feira, dia 17, para a exibição do documentário “O veneno está na mesa”, de Silvio Tendler. Alunos da Univates e comunidade prestigiaram o filme, que em 50 minutos, mostra sobre o uso de agrotóxicos n Brasil.

O evento foi aberto pela coordenadora do projeto de extensão “Comunicação para Educação Ambiental” da Univates, Jane Mazzarino, que salientou sobre a importância do tema e de discutir questões que abordam agroecologia, meio ambiente e saúde. Após a exibição do filme, houve debate com a professora Jane, com o representante da ONG Ecobé, André Müller, com o representante da Articulação Agroecológica Vale do Taquari (AAVT), engenheiro agrônomo Landersom Holz e com a médica representante do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, Adriana Skamvetsakis. A iniciativa contou com o apoio da Pastoral Universitária Ecumênica (Pasune), da ONG Ecobé, da Articulação Agroecológica Vale do Taquari (AAVT), do projeto de extensão Comunicação para Educação Ambiental e do Centro de Ciências Humanas e Jurídicas (CCHJ) da Univates. 

Saiba mais

Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo e o documentário alerta sobre seu uso indiscriminado na agricultura brasileira. Esses agentes químicos são fornecidos por empresas como BASF, Bayer, Dupont e Monsanto, entre outras. Muitos dos pesticidas produzidos por essas empresas foram banidos em vários países de todos os continentes, mas no Brasil continuam em uso – inclusive pelos pequenos agricultores, que são obrigados a utilizar sementes transgênicas e agrotóxicos para conseguir créditos nos bancos.

Texto: Ana Paula Vieira Labres 

Fonte: http://www.univates.br//noticias/8977-documentario-o-veneno-esta-na-mesa-alerta-sobre-o-uso-de-agrotoxicos-na-agricultura-brasileira.


Em Estrela, no Instituto Estadual Estrela da Manhã, IEEEM:


Cine Juventude IEEEM/ Foto: Fernanda S. Scherer
    No dia 13 de junho cerca de 50 estudantes das turmas de 3º Magistério participaram do debate motivado pelo engenheiro agrônomo Landersom Holz, representante do CAPA (Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor) e pela representação da REJU SUL através da Edoarda S. Scherer. Dentre as constatações, alertaram que somente através da educação e acesso a informação é possível criar uma visão crítica a partir das problemáticas que envolve o uso de agrotóxicos, conforme relatam:

"Mesmo sendo vítimas do interesse econômico, que visa, o lucro a partir da produção de alimentos em larga escala, é possível rever os métodos, quanto reconhecemos as consequências e impactos no meio ambiente com o uso dos "defensivos". É na Escola e com a Educação, podemos pensar em alternativas que possam mudar a forma com que pensamos sobre este assunto e com isto, a nossa realidade". 

Em São Leopoldo, com estudantes da Escola Superior de Teologia (EST):

Na véspera da Cúpula dos Povos, no dia 14 de junho, acadêmicos,  integrantes da REJU Sul, refletiram sobre o debate proposto!

                                  
                                                Estudantes da EST. Organizadores do Cine Juventude em São Leopoldo.













Em Arroio do Meio, no Presídio Estadual, através do Projeto de Jovens Reeducandos:
     

  Apartir da representação de Eduardo Francisco da Silva, Administrador do Presídio Estadual de Arroio do Meio (foto) foi possível a REJU compartilhar das reflexões coordenadas em aulas no contexto do cárcere, que integram o projeto federal Cine Brasil.    A partir da divulgação da REJU foram constatadas iniciativas, já consolidadas que podem melhorar a dignidade de vida no contexto prisional e servir como referência à outras casas prisionais no Estado.


Os Cines Juventudes Evidenciam que a partir da motivação local é possível modificar a realidade através da partilha e articulação em Rede.Ao somar as ações específicas em cada município e estado percebemos que o Cine Juventude mobilizou juventudes de todo o Brasil, que expuseram críticas e  sugestões frente as problemáticas que repercutem a sua visão de mundo e qualidade de vida.

Parabéns as juventude que acreditam em um mundo possível e necessário!

Edoarda S. Scherer

Facilitadora REJU RS

Atividades preparatórias para Cúpula dos Povos: nos meses de maio à junho

             Nos meses de abril, maio e junho as juventudes do Brasil se reuniram para debates e ações locais preparatórias. As discussões pautadas estavam relacionadas as temáticas abordadas na Cúpula dos Povos, Rio +20.
             O s momentos foram organizados através Cinejuventudes, articulação da REJU:
Confira!




quinta-feira, 19 de abril de 2012

Presença Indígena Contemporânea: um respeito à diversidade e resistência

Ao refletir sobre a presença das etnias indígenas que ainda resistem no Brasil, especificamente, no Rio Grande do Sul, deve-se ter a plena ciência de que todas as comunidades e povos transitam e convivem diariamente com a sociedade não índia.
            Infelizmente, ainda se possui o triste hábito de ignorar o diferente. Ao se pensar no sujeito indígena, grande parcela da sociedade se volta a um estereótipo genérico, e, possivelmente, ligado a uma figura passada e distante.
             Contudo, são inúmeras as articulações e parcerias entre as etnias indígenas, instituições públicas e entidades filantrópicas que, hoje, somam forças e assim revitalizam a memória da cultura indígena, antes passada de geração a geração; hoje, é registrada, e, assim pode ser compartilhada aos demais.
            Por um longo período, o indígena ocupava somente os bastidores de uma sociedade, que concebia o nativo como cidadão a parte; hoje as populações indígenas são protagonistas de sua história e continuamente conquistam seus diretos pela garantia da terra, educação e reconhecimento de sua identidade.
             Uma identidade que persiste ao longo do tempo e concilia os avanços tecnológicos aos hábitos de vida, sem que isto interfira na sua essência cultural frente à conturbada sociedade contemporânea.
            São portadores de uma sábia cultura que ensina o quão válida é a família, a vivência comunitária e a partilha.
            Com olhares atentos do mundo, são os mestres no que se refere à convivência e a harmonia sustentável. Enquanto que, atualmente, as nações se voltam em debater e elaborar estratégias de sobrevivência, os indígenas mencionam com carinho e apreço um ensinamento ancestral: a profunda relação que possuem com a natureza e a necessidade de preservar este ambiente, do qual somos responsáveis em zelar e simultaneamente dependentes.
            Com persistência e imensa resiliência o indígena ensina que todo o momento é motivo de comemoração. Ao não índio, que ao menos se reflita o dia 19 abril, e, a partir disto, seja possível uma mudança efetiva de reconhecimento e respeito.

Edoarda Sopelsa Scherer – Acadêmica de Direito/ Univates; Coordenação PASUNE (Pastoral Universitária Ecumênica); Facilitadora REJU Sul (Rede Ecumênica da Juventude); Integrante da CREDEIR – CNBB Sul III.