quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ciclo de palestras Ecumenismo e inter-religiosidade: visões e debates

Religiões de matrizes africanas: a realidade vivenciada e os desafios para a superação da intolerância


A Univates realizou na noite desta segunda-feira, dia 28, no auditório do Prédio 11, a penúltima das palestras que compõem o ciclo “Ecumenismo e inter-religiosidade: visões e debates”. Desta vez, o tema abordado foram as religiões de matriz afro, aspectos históricos e culturais, e questões atuais sobre preconceito e intolerância religiosa. Os palestrantes foram Dejair Roberto Haubert e Selenir Gonçalves Kronbauer.

No início de sua fala, Selenir destacou que somos todos diferentes, mas que, para vivermos em grupo, precisamos compartilhar nossa diversidade e conhecermos as diferenças uns dos outros. “Nossa escola não nos ensinou a ter esse olhar diversificado”, afirmou. Conforme ela, no Brasil, aprendemos a história do negro a partir da escravidão, e não de toda a imensidão cultural que carrega consigo. “Não há como trabalhar a cultura africana sem a religiosidade, a espiritualidade”, disse. A professora explicou ainda que o conhecimento a respeito das religiões de matriz africana é repassado de geração em geração por meio da oralidade, por isso, não há um livro único que ensine o assunto. “Hoje já temos a possibilidade de estar nos espaços falando sobre essas religiões sem tanto preconceito e discriminação. Mas para isso, precisamos estar abertos a conhecer, entender, desmistificar e dialogar”, concluiu.

Haubert destacou a complexidade de se trabalhar com a inter-religiosidade. “Vivemos um preconceito velado desde nossa infância”, observou, exemplificando com relato de situações atuais que revelam essa discriminação. Em sua explanação, ele ressaltou também que as casas de religiões de matriz africana conservam e reproduzem diversos aspectos da cultura da África, como o vestuário, a dança e a comida. “O negro trouxe sua cultura ao Brasil, e as casas permanecem ligadas a essa cultura”, afirmou.



                            
Saiba mais sobre os palestrantes

Conhecido como Pai Dejair, Haubert é babalorixá filho de Ogum, dedicando sua vida aos Orixás e à religião. Possui a sociedade beneficente Ilê dos Orixás, em São Leopoldo, e integra o grupo Gestando o Diálogo Inter-religioso e o Ecumenismo, na Unisinos.

Selenir é graduada em Pedagogia pela Feevale, possui especialização em Supervisão Escolar pela UFRJ e mestrado em Teologia, Religião e Educação pela Escola Superior de Teologia, e atua como professora e supervisora escolar.


Texto: Tamara Bischoff

Fonte: https://www.univates.br/noticias/12275

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