Religiões de matrizes africanas:
a realidade vivenciada e os desafios para a superação da intolerância
A Univates realizou na noite
desta segunda-feira, dia 28, no auditório do Prédio 11, a penúltima das
palestras que compõem o ciclo “Ecumenismo e inter-religiosidade: visões e
debates”. Desta vez, o tema abordado foram as religiões de matriz afro,
aspectos históricos e culturais, e questões atuais sobre preconceito e
intolerância religiosa. Os palestrantes foram Dejair Roberto Haubert e Selenir
Gonçalves Kronbauer.
No início de sua fala, Selenir
destacou que somos todos diferentes, mas que, para vivermos em grupo,
precisamos compartilhar nossa diversidade e conhecermos as diferenças uns dos
outros. “Nossa escola não nos ensinou a ter esse olhar diversificado”, afirmou.
Conforme ela, no Brasil, aprendemos a história do negro a partir da escravidão,
e não de toda a imensidão cultural que carrega consigo. “Não há como trabalhar
a cultura africana sem a religiosidade, a espiritualidade”, disse. A professora
explicou ainda que o conhecimento a respeito das religiões de matriz africana é
repassado de geração em geração por meio da oralidade, por isso, não há um
livro único que ensine o assunto. “Hoje já temos a possibilidade de estar nos
espaços falando sobre essas religiões sem tanto preconceito e discriminação.
Mas para isso, precisamos estar abertos a conhecer, entender, desmistificar e
dialogar”, concluiu.
Haubert destacou a complexidade
de se trabalhar com a inter-religiosidade. “Vivemos um preconceito velado desde
nossa infância”, observou, exemplificando com relato de situações atuais que
revelam essa discriminação. Em sua explanação, ele ressaltou também que as
casas de religiões de matriz africana conservam e reproduzem diversos aspectos
da cultura da África, como o vestuário, a dança e a comida. “O negro trouxe sua
cultura ao Brasil, e as casas permanecem ligadas a essa cultura”, afirmou.
Saiba mais sobre os palestrantes
Conhecido como Pai Dejair,
Haubert é babalorixá filho de Ogum, dedicando sua vida aos Orixás e à religião.
Possui a sociedade beneficente Ilê dos Orixás, em São Leopoldo, e integra o
grupo Gestando o Diálogo Inter-religioso e o Ecumenismo, na Unisinos.
Selenir é graduada em Pedagogia
pela Feevale, possui especialização em Supervisão Escolar pela UFRJ e mestrado
em Teologia, Religião e Educação pela Escola Superior de Teologia, e atua como
professora e supervisora escolar.
Texto: Tamara Bischoff
Fonte:
https://www.univates.br/noticias/12275
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