quarta-feira, 31 de agosto de 2011

REJU no Mutirão Ecumênico realiza 2ª Conferência Nacional de Juventude




A JUVENTUDE ECUMÊNICA E A EFETIVAÇÃO DE DIREITOS
“E vossos jovens terão visões”
(Joel 2.28)

A Rede Ecumênica da Juventude (REJU) assumiu, na 4ª Jornada Ecumênica em 2010, em Itaici (SP), o compromisso de articular conferências livres de juventudes em comunidades de fé, movimentos e organizações sociais e organismos ecumênicos, buscando a participação das(os) jovens ecumênicas(os) na 2ª Conferência Nacional de Juventude que tem como tema: “Conquistar direitos, desenvolver o Brasil”. Como juventude, reconhecemos que somos espaço plural e que somos sujeitos de direitos e agentes estratégicos de desenvolvimento com potencial criativo e não somente uma faixa etária de transição (Texto-base da 2ª Conferência Nacional de Juventude, p.3). Com esta articulação, mostramos que as juventudes não podem ser vistas como um problema, mas como atores(atrizes) na mobilização, discussão e transformação de políticas públicas no Brasil e também do movimento ecumênico, numa caminhada de renovação e de protagonismo de base, organizadas(os) em diversos movimentos sociais, espaços eclesiais, redes e instituições não-governamentais.
Por esta razão, a REJU organizou no Mutirão Ecumênico: unidos em Cristo na defesa da criação, em São Leopoldo (RS), uma conferência livre de juventude. Nós buscamos olhar a realidade juvenil em seus anseios e possibilidades de mudança e transformação. Como síntese desta intervenção, apresentamos os principais desafios e propostas, a partir de discussão dos eixos de direitos presentes no texto-base da Conferência:

1. Direito ao Desenvolvimento Integral


Desafios: i) a formação alternativa para jovens, favorecendo o rompimento de uma educação utilitarista e negadora da diversidade juvenil; ii) o acesso ao primeiro emprego, com possibilidades de experiências de trabalho;
Propostas: i) pautar as discussões de PPJ’s na educação – por meio do diálogo aberto com as juventudes (mídias, movimentos sociais) - para a inserção de jovens, em especial de empobrecidas(os), à educação básica e superior, considerando a diversidade e as diferenças locais; ii) superar as deficiências e falhas educacionais, propiciando à(ao) acadêmica(o) a permanência frente aos desafios do trabalho, ao contexto familiar, construindo um pensamento crítico e aberto à pluralidade.

2. Direito ao Território

Desafios: i) a falta de acesso à terra pela juventude; ii) acesso à educação no espaço rural; e iii) a valorização e proteção dos povos tradicionais.
Propostas: i) criação de uma “bolsa jovem” que garanta à juventude a possibilidade de continuar no meio rural com acesso à educação e cultura; ii) o investimento em escolas na zona rural, que valorizem a juventude que trabalha com a agricultura e eduquem para o trabalho cooperativo, de agricultura familiar e agricultura orgânica; iii) o investimento, por parte do Governo Federal, em projetos de resgate e valorização da cultura dos povos tradicionais no local onde vivem, como projetos de capoeira e artesanato.

3. Direito à experimentação e qualidade de vida

Desafios: i) as exigências de eficácia do mercado de trabalho e do processo educacional, que excluem da juventude, muitas vezes, os momentos de experimentação do novo.
Propostas: i) incluir momentos específicos, na grade escolar do ensino médio, de discussão e apreciação de temas, como a saúde integral voltada para a juventude, e um maior tempo para o favorecimento da criatividade e lazer; ii) elaborar em conjunto com as(os) jovens, políticas públicas que favoreçam práticas recreativas e o lúdico.

4. Direito à diversidade e à vida segura
Desafios: i) a ausência de trabalho digno para a juventude, que pode levar à marginalização social; ii) o extermínio da juventude, especialmente negra e pobre, por parte da polícia organizada; iii) a participação de algumas(alguns) jovens como protagonistas da violência juvenil.
Propostas: i) a efetivação de PPJ’s que incentivem a(o) jovem a entrar no mercado de trabalho e também criticá-lo em seus limites; ii) qualificar a ação da(o) profissional de segurança pública; iii) ampliar os recursos públicos para a criação de programas que incentivem o protagonismo juvenil por meio da cultura, da educação e do lazer.

5. Direito à participação

Desafios: i) participação efetiva das(os) jovens na construção, execução e avaliação de políticas públicas de juventude; ii) a participação das singularidades juvenis na 2ª Conferência Nacional de Juventude.
Propostas: i) criação de mecanismos concretos de avaliação de PPJ’s, como abertura de canais de comunicação com organizações da sociedade civil, que viabilizem o monitoramento das políticas; ii) a mudança na metodologia das conferências nacionais, construindo maneiras de acesso de delegadas(os), que abarquem mais efetivamente as pluralidades juvenis, ao encontro nacional.

Com estes desafios e propostas, escritas em mutirão, reafirmamos: a busca pela justiça permanece como o pulsar da nossa fé e de nossa caminhada ecumênica, por isto nos articulamos rumo à 2ª Conferência Nacional da Juventude, com as vozes de jovens que desejam viver, simplesmente: viver!

Rede Ecumênica da Juventude (REJU)

São Leopoldo, 28 de agosto de 2011

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