quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mobilização Indígena do RS em Prol da Saúde dos Povos





Bloqueio da BR 386 - Foto: O Informativo
Documento das lideranças Kaingang

Os caciques e comunidades indígenas Kaingang do Estado do Rio Grande do Sul estão fazendo esta mobilização para sensibilizar as autoridades e a sociedade civil sobre a exclusão dos indígenas por parte da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/Ministério da Saúde).
Os caciques e lideranças Kaingang das seguintes aldeias estiveram reunidos na Terra Indígena Serrinha nos dia 04 e 05 de agosto:
- TI Serrinha, TI Nonoai, TI Monte Caseiros, TI Irai, TI Inhacorá, TI Ligeiro, TI Votouro, TI Kandoia, TI Campo do Meio, TI Mato Castelhano, TI Rio da Várzea, TI Água Santa, TI Rio dos Índios, TI Guarita, TI Ventarra, TI Morro do Osso, TI Lajeado, TI Lomba do Pinheiro, TI Cacique Doble, TI Estrela, TI Farroupilha, TI São Leopoldo, TI Xingu, TI Lajeado do Bugre.
Nesta reunião criaram uma comissão denominada Pró – DSEI que está coordenando a discussão, avaliação e acompanhamento do processo de criação e implantação do DSEI – Rio Grande do Sul.
No dia 08 de agosto foram bloqueados 8 pontos nas estradas do RS, ou seja:
1- BR 386 em Estrela (participam as aldeia Kaingang de Lajeado, Estrela, Morro do Osso e Lomba do Pinheiro/Porto Alegre, São Leopoldo e Farroupilha);
2- TI Iraí;
3- TI Serrinha;
4- TI Nonoai;
5- TI Ventara;
6- TI Cacique Doublé;
7- TI Votouro
8- TI Guarita
O movimento seguiu à noite e continua no dia de hoje (09/08).
As rodovias continuam fechadas até que o Secretário da SESAI (Ministério da Saúde), Antônio Alves de Souza, venha para uma reunião no RS.
Em Anexo segue divulgação de e-mail tramitando nas redes
Povo Kaingang bloqueia sete rodovias no RS por melhorias na saúde indígena
Sete estradas estaduais e federais no Rio Grande do Sul (RS) estão bloqueadas desde a manhã desta segunda-feira (8) pelo povo Kaingang. Os indígenas bloquearam as estradas que cortam seus territórios tradicionais para reivindicar melhores condições na área da saúde – luta travada há cerca de dez anos – e a criação de um Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) específico para o Estado.
Os indígenas afirmam que as estradas continuarão fechadas até que o coordenador geral de saúde indígena do Ministério da Saúde, Antônio Alves, vá ao encontro dos índios para reunião que defina como o Governo Federal irá atender a pauta do movimento. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) acompanham os bloqueios e não há notícias de conflitos, de acordo com as lideranças indígenas.
No Rio Grande do Sul vivem aproximadamente 40 mil indígenas atendidos por um único DSEI que toma conta das regiões Sul e Sudeste do país. “A estrutura não suporta a demanda. Nós aqui no Sul somos muito mal atendidos”, frisa o cacique Miro Kaingang, da Aldeia Morro do Osso, localizada em Porto Alegre. Os povos indígenas do RS defendem por isso a criação de um distrito para aproximar as necessidades das comunidades ao aparato do Estado.
São em torno de 25 mil Kaingang mobilizados nas aldeias de Irai (quase divisa com Santa Catarina), Nonoai, Serrinha, Ventara, Inhacorá, Guarita, Votouro, Mato Castelhano, Ligeiro e Estrela. Da mobilização participam também os Kaingang do distrito de Lomba do Pinheiro, comunidade da capital do RS. Há alguns meses, os indígenas organizaram uma comissão para tratar do assunto com Antônio Alves, mas não foram ouvidos.
“Por isso decidimos pela ação. Só vamos parar o bloqueio quando formos atendidos pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde, em transição para a Secretaria Especial de Saúde Indígena – Sesai). A situação da saúde indígena aqui no RS não pode continuar do jeito que está”, ressalta cacique Miro.
Fonte: Maria Ione Pilger COMIN – Conselho de Missão Entre Índios

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