quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

NOTA DA REJU SOBRE ATAQUE MACHISTA E VIOLENTO DE JAIR BOLSONARO A MARIA DO ROSARIO

“A nossa luta é todo dia, 
contra o machismo, o racismo e a homo-lesbo-transfobia”

Foto: Gabriela Korossy e Luis Macedo / Câmara dos Deputados

A Rede Ecumênica da Juventude - REJU manifesta profunda indignação ao ataque feito pelo deputado Jair Bolsonaro à deputada Maria do Rosário (ex-ministra dos Direitos Humanos) durante Sessão Plenária na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 9 de dezembro de 2014. Na ocasião, após a deputada discursar sobre os 50 anos do Golpe Civil-Militar e sobre a entrega do relatório da Comissão Nacional da Verdade – que aponta as graves violações aos direitos humanos praticadas durante esse regime –, o deputado dirigiu palavras de ofensa à deputada dizendo que não a estupraria por ela não merecer.

As palavras do então deputado explicitam um episódio de violência simbólica, uma agressão por meio de palavras que alude às agressões sexuais frequentes sofridas por mulheres de todo o país. Segundo dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres, a cada 12 segundos uma mulher sofre violência no Brasil. Em cinco anos, os registros de estupro no País aumentaram em 168%, subindo de 15.351 em 2005 para 41.294 em 2010. Dados alarmantes que colocam o Brasil no ranking dos países mais violentos contra as mulheres. Assim, um deputado federal dizer na tribuna do Congresso Nacional que só não estupra uma colega deputada porque ela “não merece”, revela o quanto o assunto é relativizado no País e que, segundo ele, existem mulheres que merecem ser estupradas ou, até mesmo, que as vítimas são culpadas pela violência que sofrem.

A Rede Ecumênica da Juventude, que tem como um dos eixos de atuação a luta pela justiça de gênero, repudia todas as formas pelas quais o machismo se reproduz – desde as práticas cotidianas aos discursos de ódio proferidos por pessoas públicas. Toda nossa solidariedade à deputada Maria do Rosário, às mulheres vítimas de violência – sexual, física, psicológica ou emocional –, a todas as mulheres brasileiras!

Seguiremos em luta, contra todas as formas de opressão!

Brasil, 10 de dezembro de 2014.

Rede Ecumênica da Juventude

Ajude a denunciar Jair Bolsonaro.
- Você pode participar de uma denuncia coletiva enviando seus dados que serão enviados a Procuradoria Geral da República e ao Presidente da Câmara dos Deputados: h

- Você pode assinar esta petição online e tantas outras que circulam pela internet: 

- Você pode ligar para a Ouvidoria da Câmara dos Deputados registrando uma queixa contra o deputado que incentivou a violência e o estupro contra a deputada Maria do Rosário e pedir punição da câmara contra ele.

Telefone: 0800-619619
-Registrar denuncia no site do MPF:

http://cidadao.mpf.mp.br/…/formularios/formulario-eletronico"

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Facilitador da REJU participa de reflexão sobre a leitura Popular da Bíblia

André Kosloski, facilitador da REJU-RS e estudante de teologia da Faculdades EST, foi convidado a participar da reflexão sobre a leitura popular da Bíblia, que aconteceu em Nairóbi, no Quênia, entre os dias 2 e 9/11, com a participação de irmãs e irmãos de igrejas que fazem parte da Federação Luterana Mundial, provenientes da África do Sul, Etiópia, Tanzânia, Brasil e Suécia. 

Esse grupo de diversas culturas esteve unido pela Bíblia, numa caminhada que busca resgatar a comunhão e a partilha de ideias, histórias e vidas. A partilha da vida resgata a espiritualidade e a esperança por um mundo mais justo. “O encontro com o diferente nos possibilita a ‘karibia’, que é o caminhar juntos/as, ao mesmo passo”, disse um dos participantes da reflexão, André Kosloski. O Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) foi convidado para colaborar nesta jornada de comunhão, diálogo e profecia de vivência da leitura popular da Bíblia, através da facilitação de Maria Soave Buscemi e Paulo Ueti.

 O grupo compartilhou histórias para encontrar na palavra de Deus fonte de esperança e união, num momento em que muitas igrejas estão experimentando divisões. Na comunhão das pessoas eles acreditam que é possível resgatar a comunidade. “É através do método popular de leitura bíblica que vivenciamos o caminho de Emaús”, salientaram.

A caminhada é lenta e feita olhando ao nosso redor, olhando a criação e as criaturas que Deus gera. Um caminho trilhado de mãos dadas, cada passo é dado em conjunto, cuidando umas das outras pessoas. Este encontro teve por objetivo principal criar um espaço seguro onde as pessoas das igrejas em conflito possam se sentir livres para compartilhar suas dores e frustrações e encontrar na comunhão com outras pessoas e com a Bíblia forças para continuar lutando por reconciliação e união. Este é apenas o ponto de partida da caminhada.


A trajetória é longa e nos desafia a pensar no futuro, de nossas comunidades e de nossas igrejas, sem nos esquecer de nosso contexto. Caminhamos com os pés no chão, motivados/as a seguir construindo esta trajetória de reconciliação e caminhada na leitura popular da Bíblia. A reflexão continua no segundo semestre de 2015, em data e local a serem definidos.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Novos facilitadores regionais assumem desafios da REJU RS

Na semana passada, dia 06 de agosto (quarta-feira), a RejuSul teve seu primeiro encontro de planejamento. Os facilitadores André e Inauã se encontraram com a facilitadora nacional Edoarda Scherer. 

Oficialmente, eles passam a acompanhar os trabalhos da REJU no Rio Grande do Sul. Foi um momento de compartilhar sonhos e construir perspectivas para os próximos passos.

No encontro foram definidas ações em busca da Justiça Sócio-Ambiental. Os primeiros passos projetados contemplam a participação na organização do Fórum de Economia Solidária do Vale do Taquari, a procura por um olhar atento aos conflitos na Região de Gaza, contribuição na articulação do Plebiscito para uma Constituinte Soberana e Popular e apoio ao Ciclo de Palestras Informar-se para Participar organizado pelo Projeto de Extensão Comunicação para Educação Ambiental – Univates.


O espírito da reunião foi de companheirismo e cumplicidade. A dupla está empolgada e motivada a dar continuidade com novos sabores e novos rostos a caminhada da Reju do Rio Grande do Sul.

André Kosloski (RejuSul), Edoarda Scherer (Reju) e Inauã W. Ribeiro (RejuSul)

quinta-feira, 31 de julho de 2014

A REJU RS terá nova facilitação regional

Após o período de indicações, diálogos e compreensão das peculiaridades regionais a Rede Ecumênica da Juventude do Rio Grande do Sul (REJU RS) escolheu a sua nova facilitação regional. Em consenso foi aprovada a escolha de dois jovens integrantes da REJU Sul, André Kosloski e Inauã Weirich Ribeiro, que aceitaram o desafio.

A facilitação regional era realizada por Edoarda S. Scherer, que assume a facilitação nacional, o que acontecerá em agosto de 2014. Bons desafios acompanham a nova escolha, nas quais as demandas serão exercidas de maneira conjunta entre os nov@s facilitadores:

                André Kosloski, estudante da Faculdades EST, 23 anos, é natural de Marechal Cândido Rondon – PR, atualmente reside em São Leopoldo – RS. Iniciou a caminha de lutas sociais, políticas e ecumênicas na coordenação do Centro Acadêmico Dr. Ernesto Schlieper (CADES) do curso do bacharelado em teologia da Faculdades EST. Luterano e militante da Pastoral Popular Luterana (PPL). Articulador e participante da Rede Ecumênica da Juventude (REJU-Sul) e da Federação Universal dos Movimentos de Estudantes Cristãos (FUMEC-ALC). Além das lutas nos movimentos ecumênicos e nos espaços acadêmicos, participa dos trabalhos desenvolvidos pelo Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), além de inserção na Comissão Pastoral da Terra (CPT). Desde 2010 teve participação no Mutirão Ecumênico - SULÃO. Atualmente é estagiário do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI).
Inauã Weirich Ribeiro, 21 anos, não possui vinculação religiosa, reside na cidade de Estrela, no Rio Grande do Sul. Iniciou a sua caminhada na Pastoral Universitária Ecumênica (PASUNE) em 2011, enquanto iniciava no Curso de História do Centro Universitário UNIVATES. No mesmo ano, passou a integrar a Comissão de Comunicação da REJU definida na Conferência da Juventude Ecumênica. Ajudou na articulação da REJU Sul participando e auxiliando nas ações regionais e nacionais. Auxilia desde 2012, junto aos contatos, no Brasil, da FUMEC-ALC, na consolidação do MEC Brasil (Movimento Estudantil Cristão no Brasil). É bolsista de iniciação científica pela FAPERGS na Univates integrando a pesquisa Iniciação à Pesquisa e Ensino: do Sul ao Norte e Nordeste do Brasil, coordenada pelo professor Dr. Rogério Schuck. Tem interesse pelo debate de gênero e ainda integra a comissão de organização do Fórum de Economia Solidária do Vale do Taquari (FESVAT).


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Você faz parte dessa rede! Processo de escolha da nova facilitação regional da REJU-RS


Participe: https://docs.google.com/forms/d/1UJuSuTd-nd7-1OyV3VipG3UbHXYjrTxYFwqYjJlyk/viewform

A partir da dinâmica da Rede Ecumênica da Juventude (REJU), construída por um tripé ecumênico: unidade intrarreligiosa, unidade inter-religiosa e unidade na luta pela justiça; pela horizontalidade, com foco na participação pessoal, para além da representação institucional, a REJU RS, abre o processo de mudança da facilitação regional, após três anos da indicação da integrante Edoarda S. Scherer, que assume em agosto a facilitação Nacional.

A REJU RS é construída de maneira conjunta, com os sonhos e a coragem de cada pessoa que a vivencia. Articulada no Estado a partir de 2007, proposta na I Jornada Ecumênica Sul, em Joinville- SC, a REJU RS articula-se com mobilizações locais, de juventude de distintas experiências de fé e centros acadêmicos, promovendo o diálogo em diferentes esferas, sociais, políticas e religiosas, fortalecendo e partilhando experiências para a garantia dos direitos das juventudes. Além disto, contribuí com a REJU Sul, junto a articulação dos estados do PR e SC participando de mobilizações regionais e nacionais do próprio movimento ecumênico.

Este processo contempla quatro momentos:
1º a composição de um Grupo de Trabalho para acompanhar e encaminhar o processo, definido a partir de referências e lideranças atuais da REJU RS. O GT tem a tarefa de acolher as sugestões enviadas pel@s integrantes da rede, bem como de colaborar na transição e em outros encaminhamentos do processo de escolha da nova facilitação nacional;

2º o lançamento do processo de indicação. Para isto, foram elaborados critérios que orientaram a escolha;

3º escolha d@s facilitador@s, que se dará por consenso no Grupo de Trabalho, a partir das indicações e da análise da caminhada da rede e do perfil esperado;

4º a transição para a nova facilitação regional.

Qual o cronograma?
a) 14/07 a 28/07: indicações dos nomes para os novos facilitadores regionais;
b) Julho/Agosto: escolha e transição da nova facilitação;
c) Agosto de 2014: posse da nova facilitação regional .

Quem compõe o Grupo de Trabalho? 

Integrantes da REJU Sul - RS: Karen D. Pires; Emanuele S. Scherer; Gustavo Trapp; Jaiane Seulim Kroth  e Edoarda S. Scherer.

Como ocorrerá a indicação?

Atendendo a realidade da regional do RS, poderá ser escolhido duas referências para assumir o trabalho da REJU RS. Assim, cada participante da REJU RS pode indicar, a partir dos critérios apresentados, duas pessoas integrantes da rede (REJU RS) para a nova facilitação regional. Após o recebimento de todas as sugestões, o Grupo de Trabalho dialogará com as pessoas indicadas e chegará a um consenso.   Também conteremos com o apoio e sugestões do  facilitador nacional da REJU.

Para a organização deste importante momento da rede, consideramos a dinâmica proposta pelo GT de transição Nacional:

A) Qual a função d@s facilitador@s regionais?

A facilitação regional mantém o diálogo com movimentos ecumênicos e sociais, respeitando as particularidades de cada local e experiência sem perder de vista os objetivos e metodologias comuns da rede. Além disso, será o papel dessa facilitação responder e representar a Rede junto a organizações quando necessário, como em caso de projetos contemplados em editais e no acompanhamento desses projetos a nível regional.

B) O que se espera d@s Facilitador@s Regionais?

Caminhada na REJU: afinidade com os princípios da rede e atuação no enfrentamento do extermínio da juventude negra; na superação das intolerâncias religiosas e sexuais (homo-lesbo-transfobia); na promoção 
da equidade de gênero e na justiça sócio ambiental (eixos da rede em 2013-2014);

Compreensão da metodologia da REJU RS: construção coletiva dos saberes, horizontalidade, autogestão e sistematização das ações;

Disponibilidade para os trabalhos da REJU RS: capacidade de representação da rede em diferentes espaços de incidência política no diálogo com os movimentos sociais e o movimento ecumênico.



A REJU terá nova facilitação nacional!



A Rede Ecumênica da Juventude (REJU) escolheu para sua nova facilitação nacional, após um importante e interessante período de indicações e diálogos, a jovem Edoarda Scherer, que integra a REJU-RS. 
A mudança da facilitação - que foi ocupada por Daniel Souza (REJU-SP) - acontecerá em agosto de 2014, na reunião anual do Fórum Ecumênico ACT Brasil (FEACT).
  
Biografia de Edoarda Scherer:
Edoarda Sopelsa Scherer, 23 anos, iniciou a sua caminhada no movimento paroquial CLJ (Curso de Liderança Juvenil) da Paróquia Santo Antônio de Estrela, RS, da Diocese de Montenegro, da ICAR, em 2006, integrando a articulação do Setor da Juventude na mesma diocese entre os anos de 2008-2010. Simultaneamente com a atuação na ICAR cursou o Magistério, tendo participado das atividades propostas na linha da juventude e ecumenismo do CECA (Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria), ao qual é associada. É contato, no Brasil, da FUMEC-ALC (Fundação Universal dos Estudantes Cristãos da América Latina e do Caribe), e referencial do ecumenismo da Diocese de Montenegro, integrando o CREDEIR (Comissão Regional para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso), da CNBB Sul III. Integra a coordenação da PASUNE (Pastoral Universitária Ecumênica). Participa da REJU desde o início de sua articulação, em 2008, na região sul do Brasil, sendo, atualmente, facilitadora da REJU Sul e acadêmica de Direito do Centro Universitário UNIVATES, em Lajeado, RS. Integra o Comitê Nacional de respeito à Diversidade Religiosa SDH/PR. 
Informações sobre o processo:
a) Fevereiro: composição de um Grupo de Trabalho para acompanhar e encaminhar o processo, definido em uma reunião de facilitador@s regionais. O GT teve a tarefa de acolher as sugestões enviadas pel@s integrantes da rede, bem como de colaborar na transição e em outros encaminhamentos do processo de escolha da nova facilitação nacional;
b) Maio: lançamento do processo de indicação. Para isto, foram elaborados critérios que orientaram a escolha; 
c) Junho: escolha d@ facilitador@, que se deu por consenso no Grupo de Trabalho, a partir das indicações e da análise da caminhada da rede e do perfil esperado;
d) Julho/Agosto: transição para a nova facilitação.

 
Fonte: 

GT de transição - REJU
http://redeecumenicadajuventude.org.br/noticias-conteudo.asp?cod=1668

Você faz parte dessa rede! Processo de escolha da nova facilitação nacional da REJU




A Rede Ecumênica da Juventude (REJU), uma articulação de jovens com distintas vivências de espiritualidade na luta por direitos, se organiza desde 2007. Como foi sinalizado na Campanha #REJU5anos (2012), estamos construindo um “espaço onde falamos não de coisas, estruturas ou pesos institucionais. Mas falamos de pessoas, construímos relacionamentos que dão poder, resistem e transformam”. Estes relacionamentos e encontros nos colocam nos caminhos da justiça e na construção de uma casa-comum para além das desigualdades, como a pobreza, o machismo, a homo-lesbo-transfobia, o racismo e as distintas intolerâncias, como a religiosa. 
Neste movimento, a REJU se articula em 13 estados nas cinco regiões do país, com mobilizações locais, criando, fortalecendo e partilhando experiências para a garantia dos direitos das juventudes. Além disto, a rede participa de mobilizações nacionais do próprio movimento ecumênico, como o Fórum Ecumênico ACT Brasil; e de outros movimentos, como a Jornada de Lutas da Juventude Brasileira; e de conselhos de direitos, como o Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE). 
A construção da rede é orientada: i) por um tripé ecumênico: unidade intrarreligiosa, unidade inter-religiosa e unidade na luta pela justiça; ii) pela horizontalidade, com foco na participação pessoal, para além da representação institucional. A rede é construída de maneira conjunta, com os sonhos e a coragem de cada pessoa que a vivencia. Com essa perspectiva, a REJU abre o processo de mudança da facilitação nacional, após três anos da escolha de Daniel Souza, integrante da REJU-SP. 

Saiba mais e participe: http://redeecumenicadajuventude.org.br/noticias-conteudo.asp?cod=1663

REJU participa de reunião sobre a Política Nacional de Participação Social

No dia 18 de junho as juventudes articuladas nos movimentos sociais, sociedade civil, jornalistas e blogueiros, foram convidados para participar da reunião com o Ministro da Secretaria - Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto em Brasília, DF, para aprofundar o debate sobre a participação social.



Foram debatidas questões específicas sobre o Decreto nº 8243/14 e compartilhadas perspectivas e considerações das juventudes presentes. Um momento de escuta e partilha da temática da Política Nacional de Participação Social.

No diálogo, a REJU enfatiza que mesmo que não haja uma novidade no Decreto nº 8243/14, ele legitima a história e as próprias demandas dos movimentos sociais e isso afronta vários setores conservadores da sociedade, que criminalizam e negam a história e a luta dos movimentos sociais. Ao Estado cabe institucionalizar os caminhos que efetivam a participação democrática, já consolidada na Constituição de 1988.

Junto com a REJU se encontravam ativistas do Levante Popular da Juventude, MST, PJ, CUT, Movimento Negro, Juventude Rural, UNE, entre outros. Ainda, houve uma breve avaliação em relação à Copa do Mundo de 2014 e encaminhamentos que priorizam a continuidade do debate da participação social e esclarecimentos do Decreto nº 8243/14, junto à sociedade e Estado.

Íntegra do       debate: http://participatorio.juventude.gov.br/videos/view/228924/dialogo-dos-movimentos-de-juventude-com-o-ministro-gilberto-carvalho-pnps#video-frame


Edoarda S. Scherer - Facilitadora REJU Sul - RS

REJU-Sul comprometida com a memória do país

No sábado do dia 31 de maio, mais de 80 pessoas estiveram reunidas, em Porto Alegre, para dialogar sobre a temática: “Ditadura: Memória e Compromisso” no seminário promovido pela Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). O objetivo do encontro se ateve à lembrança do papel dos cristãos no processo de anistia política e na reconstrução democrática do Brasil no período de 1964 a 1988.
Durante a manhã contou-se com a participação de testemunhas que vivenciaram a ditadura, relatando sua dor, desrespeito e a sonegação dos direitos do ser humano presenciados no período.
Além dos testemunhos, estiveram presentes, Olívio Dutra, ex-governador do RS e André Kosloski, representante da REJU-Sul, que dialogaram sobre os resquícios da ditadura militar e os desafios atuais da democracia brasileira.




A REJU Sul trouxe como pauta a necessidade de gerar discussão entre as juventudes para a construção do protagonismo entre os jovens. Contemplando os espaços religiosos, políticos e sociais, podendo encontrar no ecumenismo uma fonte de esperança. Completando a fala do ex-governador, destacou-se a importância no engajamento político dos grupos e das redes para a construção de um processo democrático mais equitativo. Com os diferentes setores da sociedade representados, poderá se construir uma sociedade mais democrática e participativa. Em paralelo da reflexão, pontuou-se a perspectiva de uma reforma política em nosso país.
A partir deste encontro, foi possível analisar o processo político de um passado recente, em vistas de melhorias, para a construção de uma sociedade mais participativa.

O encontro foi encerrado com uma mística dirigida pelo CEBI. É a partir da celebração e da vivência de uma fé engajada com a realidade, que está à possibilidade de celebrar a resistência e a esperança pela redemocratização do Brasil.


André Kosloski
REJU- Sul

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Reju-Sul e Pasune: cerca de mil e quinhentas pessoas participam da Semana Internacional das Humanidades





Reflexão, emoção e engajamento da comunidade acadêmica marcaram a 1ª Semana Internacional das Humanidades, realizada pelo Centro Universitário Univates, em Lajeado. A atividade contou com parceiros, entre os quais a PASUNE (Pastoral Universitária Ecumênica), CECA (Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria), COMIN (Conselho de Missão entre Indígenas), FUMEC ALC (Fundação Universal dos Estudantes Cristãos – América Latina e Caribe) e a REJU Sul (Rede Ecumênica da Juventude – regional Sul). A iniciativa transcorreu entre os dias 7 e 11 de abril e contou com cinco palestras de notáveis personalidades. As propostas contribuíram para uma visão crítica da atualidade a partir de diferentes abordagens sobre Direitos Humanos. A qualidade do evento e a expectativa de público foram superadas pela organização. No total, cerca de mil e quinhentas pessoas, entre alunos, professores e comunidade em geral, participaram da Semana Internacional das Humanidades. 

A abertura oficial do evento ocorreu no dia 7. A mesa foi composta pela coordenadora da atividade e do curso de História da Univates, professora Maribel Girelli; coordenador da área de Humanidades, professor Daniel Granada; diretora do Centro de Ciências Humanas e Jurídicas, professora Fernanda Brod; e reitor e pró-reitor de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação, professor Carlos Cyrne. Fernanda sintetizou em seu pronunciamento a importância da realização do evento em âmbito acadêmico. “A Semana Internacional das Humanidades vem com a proposta de promover discussões acerca de temas que vão além da formação. A área de humanidades está presente em todas as formações, pois queremos formar cidadãos, muito além da formação acadêmica”, disse.
A Semana Internacional das Humanidades foi mais um passo para a consolidação da Pasune e da Reju-Sul como parceiras da instituição. Alunas da Univates e também integrantes das organizações ecumênicas, Edoarda Sopelsa Scherer e Karen Daniela Pires colaboraram nos preparativos do evento, principalmente na indicação e recepção dos conferencistas. Facilitadora da Reju-Sul e coordenadora da Pasune, Edoarda destaca que a realização do evento foi importante pois cumpriu “o papel de enaltecer algumas das principais pautas e tensões em relação aos Direitos Humanos no Brasil, na América Latina e Caribe. O olhar da Acadêmica, em diálogo com pessoas militantes e estudiosos de distintos contextos, possibilita rever conceitos e criticar uma verdade que nos é colocada como uma realidade”.



Memória, Justiça e Verdade

A palestra do dia 7 foi proferida pelo representante civil da Comissão da Verdade, Anivaldo Padilha. Além de apresentar o trabalho da organização, que investiga casos de violação de direitos humanos durante a Ditadura Civil-Militar no Brasil, ele relatou o processo de exílio pelo qual passou durante 13 anos. “Atravessei a fronteira do Brasil com o Uruguai. Senti o alívio de estar vivo, mas surgiu a grande preocupação: de que maneira eu iria reconstruir a minha vida? Optei por transformar o exílio em outra frente de luta”, contou. Segundo Padilha, o Brasil vive um momento especial com a democracia, embora defenda que o autoritarismo seja um dos resquícios da ditadura. “Temos muito a avançar e cabe a essa geração assumir estas bandeiras”, destacou.


Direitos Humanos: Universalismo x Culturalismo



O doutorando da Universidade Metodista de São Paulo, Elton Vinícius Sadao Tada, palestrou no dia 8. Ao mesclar conteúdo e teorias filosóficas, Tada provocou reflexões na plateia. “Você vai pensar nos direitos daqueles que você considera humanos. O que a gente não conhece, a gente finge que não existe”, ressaltou. O palestrante propôs que os Direitos Humanos sejam repensados a partir das perspectivas do universalismo junto ao culturalismo, mesmo que sejam apresentados de maneira oposta, deve-se buscar este equilíbrio. A primeira tem a ver com questões ligadas à justiça e à racionalidade; já a segunda pressupõe o entendimento e respeito à cultura do outro sujeito.


Cuba e Colômbia: Olhares sobre Direitos Humanos na América Latina e no Caribe



Amplas e impactantes abordagens de Direitos Humanos em Cuba e na Colômbia marcaram a palestra do dia 9.  O contexto cubano foi explicado pela presidente da FUMEC ALC - Cuba, Sarahi Garcia Gomez; e o colombiano pelo mestre em Teologia e mestrando em Ciências Políticas, Maurício Avilez Alvarez. Sarahi destacou os avanços da ilha socialista em termos socioeconômicos, abertura de diálogo do governo com a população e as mudanças ocorridas após a Revolução Cubana de 1959. O movimento se notabilizou pela implantação de uma série de programas assistencialistas, sociais e econômicos, alfabetização da população e acesso à saúde universal.
Maurício apresentou o contexto histórico da política colombiana e das guerrilhas e relatou suas experiências como militante social. Apontou semelhanças e divergências do contexto colombiano com o atual panorama político-social brasileiro. Resquícios da ditadura também devem ser reconhecidos, atualmente, como as recentes militarizações das favelas do Rio de Janeiro. Está exilado no Brasil há oito anos.


Defesa dos Territórios x Garantia de Direitos


A conferência do dia 10 teve à frente o advogado e representante do MST no Rio Grande do Sul, Diego Vedovatto; representante da Liderança Indígena Kaingang, Francisco Rokã dos Santos; e o líder do movimento quilombola, Onir Araújo. A mediação das falas foi feita pelo professor doutor Luis Laroque. 
Na noite, foram abordados temas relativos à defesa de territórios, sendo ressaltado e questionado o conceito da propriedade, e, como a terra é cedida e para quem são determinados o uso e gozo, ao longo da história brasileira, em desfavor à presença indígena e quilombola, assim como as demandas da reforma agrária. Com intuito de desmistificar a articulação dos movimentos atuais houve relatos das experiências e quais os desafios que permanecem junto à função social da terra.


A maioridade penal

O encerramento do evento foi no dia 11 com palestra do professor de Filosofia da Universidade Metodista de São Paulo, Daniel Souza, e do Promotor de Justiça e professor de Direito da Univates, André Prediger.

Ambos manifestaram posição contrária à aprovação da maioridade penal para 16 anos de idade. Prediger destacou que diante do caos do sistema penitenciário brasileiro é impossível encarcerar um adolescente que comete atos infracionais. O Dr. André defende a aplicabilidade do Estatuto da Criança e do Adolescente, tanto na garantia de direitos como nas punições previstas. Para o promotor, a violência só será amenizada quando uma questão-chave for solucionada. “Enquanto não erradicarmos o problema de drogadição, esquece resolver a violência no país”, ressaltou. 


Souza conduziu sua explanação a partir do pressuposto do jovem como sujeito de direitos. Ele chamou a atenção para o extermínio de jovens no Brasil a partir de dados estatísticos. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que mais da metade (53%) dos homicídios de 2010 no Brasil atingiram jovens, sendo 75% negros e 91% homens, com idade entre 20 e 25 anos. “O cerne da questão é a violência e o extermínio de jovens. Punir simplesmente é vingança, tem que haver políticas sociais. É preciso também superar o mito de que adolescente não é punido”, frisou o professor. Para Souza, os horizontes em relação ao tema da maioridade penal abrangem a efetividade das políticas sociais para garantia de direitos e o cumprimento das medidas determinadas pelo Eca.

Texto: Camila Pires
Fotos: Fernanda S. Scherer; Tiago Bortolotto.

Semana Internacional das Humanidades "Direitos Humanos: práticas e desafios"

Confira a programação:

REJU Sul integra organização da Semana Internacional das Humanidades "Direitos Humanos: práticas e desafios"

Com o objetivo de contribuir para uma visão crítica da atualidade com diferentes abordagens sobre Direitos Humanos, a Univates realiza, de 7 a 11 de abril, a Semana Internacional das Humanidades. A programação ocorrerá no turno da noite e será aberta no dia 7, no auditório do Prédio 7, com o evento “Memória, Justiça e Verdade”, que contará com a participação do representante Civil da Comissão da Verdade, Anivaldo Padilha – preso político na época da Ditadura no Brasil que viveu exilado por 13 anos e foi um dos fundadores da organização não governamental Koinonia Presença Ecumênica e Serviço.
O evento contará ainda com uma palestrante internacional, a presidente da Federación Universal de Movimientos Estudantiles Cristianos (Fumec) América Latina e Caribe – Cuba, Sarahi Garcia Gomez. Formada em Psicologia e Teologia, Sarahi irá proferir a palestra “Cuba: um outro olhar sobre os direitos humanos”. De acordo com umas das coordenadoras do evento, professora Maribel Girelli, os participantes poderão conhecer, a partir das temáticas abordadas, as diversidades sociais, políticas e culturais existentes e os diferentes processos de transformações da sociedade contemporânea.
Outros temas que serão abordados no evento são os Direitos Humanos nas perspectivas do universalismo e do culturalismo; a defesa de territórios e a relação com garantias de direitos; e a maioridade penal. As atividades serão oferecidas para os alunos matriculados nas disciplinas Temas Contemporâneos, Filosofia e Ética, Teoria da Política e do Estado, Sociologia e Antropologia, Sociologia nas Organizações, Sociologia Aplicada ao Direito, Sociologia da Saúde e outras que compõem a Área das Humanidades, além de todas as disciplinas do curso de História.
Além dos estudantes matriculados nas disciplinas de Humanidades, serão disponibilizadas 440 vagas para acadêmicos de outros cursos. As inscrições poderão ser feitas, em breve, pelo site www.univates.br/eventos. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3714-7000, ramal 5348.

Texto: Nicole Morás (10/02/2014)
Título adaptado.
Fonte: https://www.univates.br/noticias/12864-direitos-humanos-serao-abordados-na-semana-internacional-das-humanidades

segunda-feira, 24 de março de 2014

REJU no Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa


Durante os dias 18 a 19, em Brasília, DF, a REJU, ocorreu a nomeação e reunião do Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) dos 20 membros titulares e suplentes. A REJU foi representada por Edoarda S. Scherer (Facilitadora REJU Sul), membro suplente.
A reunião pautou as Ações Programáticas do PNDH-3 (terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos), partilhou e refletiu sobre o panorama da diversidade religiosa no Brasil na perspectiva dos Direitos Humanos, conforme o contexto de incidência dos integrantes.
Além disto foram enaltecidos os principais desafios deste espaço político, constantes na portaria nº 18, de 20 de janeiro de 2014 que intui: promover o reconhecimento da diversidade religiosa do país e defender o direito à liberdade de crença e convicção; auxiliar e propor iniciativas, ações e políticas de enfrentamento à intolerância por motivo de crença ou convicção; contribuir no estabelecimento de estratégias de respeito à diversidade e à liberdade religiosa e do direito de não ter religião, da laicidade do estado e do enfrentamento à intolerância religiosa.

O Comitê conta com reconhecidas pessoas do movimento ecumênico no Brasil, como Romi Bencke (CONIC/ FEACT Brasil) e André Musskopf (Núcleo de Gênero, EST /IECLB). Destaca-se a diversidade dos seus integrantes, formado por pessoas de atuações do campo não só religioso, como, também, estudiosos, formadores, gestores políticos e representações variadas de segmentos religiosos que já possuem em sua caminhada a experiência do diálogo e respeito.


Edoarda S. Scherer

Saiba mais: publicação no Diário Oficial da União (31 de janeiro de 2014) – Imprensa Nacional: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jspjornal=1&pagina=3&data=31%2F01%2F2014

REJU estará representada na primeira reunião do Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa/SDH/PR


Nos próximos dias 18 a 19, em Brasília, DF a REJU, através de Edoarda S. Scherer (Facilitadora REJU Sul) participa da composição de 20 integrantes, entre titulares e suplentes, na reunião Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). 
Dentre os objetivos se planeja, neste primeiro encontro, tratar do papel da religião na sociedade na perspectiva dos Direitos Humanos e das Ações Programáticas do PNDH-3 (terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos). 
Além da representação da REJU, o espaço conta com reconheidas pessoas do movimento ecumênico no Brasil, como Romi Bencke (CONIC/ FEACT Brasil) e André Musskopf (Núcleo de Gênero, EST /IECLB).

Foto: cerimônia de instalação do Comitê (20/01/2014). SDH/ PR

Edoarda S. Scherer

REJU-RS participa do seminário "Diálogo sobre Diversidade Religiosa no RS"


Na quarta-feira (12) ocorreu em Porto Alegre (RS)  o seminário "Diálogo sobre Diversidade Religiosa no RS", promovido pela Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH), em parceria com o Comitê Estadual de Diversidade Religiosa. 
Durante a tarde, o painel "Laicidade do Estado", abordado pelo Juiz de Direito e antropólogo social, Roberto Arriada Lorea, resgatou a relação histórica do Estado com as Instituições religiosas, apontando desafios que ainda persistem para a promoção de um Estado Laico. 
Na sequência, a discussão proposta foi o painel "Ensino Religioso nas Escolas", oportunidade em que o professor de História da UFRGS, Francisco Marshall, alertou sobre os equívocos da disciplina no currículo das Escolas que possuem um grande viés dogmático ou mesmo limitador da diversidade. Considerou que as religiões devam ser abordadas a partir de um olhar antropológico e histórico. 
Na noite, contou-se com a abordagem do teólogo e filósofo, Leonardo Boff, que expôs o potencial do diálogo entre as religiões, sejam como forças destrutivas (conflitos e guerras), quanto às promotoras da paz. 
Quando questionado a cerca da juventude, Boff mencionou que, infelizmente, o jovem é vítima de um meio consumista, midiático e destrutivo. Permanece a provocação de romper com tais propostas pautando alternativas que promovam a dignidade. 
Contou-se com a presença de parceiros da caminhada Ecumênica, como André Kosloski (Reju Sul, PPL – IECLB), Rodolfo Fuchs (Pres. Juventude Luterana IECLB), Henrique Arnold (IECLB), Mateus Lesina (SJDH/RS), e Edoarda S. Scherer (Facilitadora REJU Sul).

Edoarda Scherer

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Resolução Política do Conselho Nacional de Juventude

CONJUVE


Nem um passo atrás! Manter o rumo dos avanços sociais e combater o retrocesso é o grande desafio da juventude
O último período foi, inegavelmente, um ano de grandes avanços para a juventude brasileira. As avançadas bandeiras levantadas pelas mais diversas organizações juvenis ao longo da História recente vem sendo incorporadas à agenda pública e alçadas à condição de política de Estado. Exemplos contundentes dessa situação podem ser percebidos por meio de marcos legais aprovados e sancionados, como a Emenda Constitucional 65 (PEC da Juventude) e o Estatuto da Juventude. Outra forma de perceber os avanços é através do sucesso da aplicação de Políticas Públicas como o ProJovem, o Vale Cultura, o Plano Juventude Viva, o Pronatec, o FIES, o ProUni, o SISU (Sistema de Seleção Unificada) e a aprovação de 75% dos royalties do pré-sal para a Educação.
Essas conquistas tiveram como lócus privilegiado de discussão, elaboração e pactuação o Conselho Nacional de Juventude. O CONJUVE tem se destacado, nesse período, como interlocutor das ideias mais avançadas da juventude brasileira. Não para substituir o papel dos movimentos, mas para promover um espaço político privilegiado para protagonizar essas vozes historicamente silenciadas e invisibilizadas.
Nas ruas, a juventude brasileira se encontrou para dar novos passos, exigindo a efetivação dos direitos conquistados. Essas conquistas e o aumento da participação juvenil no tecido social, político e econômico têm incomodado certos setores sociais que percebem a redução paulatina da sua importância e dos seus privilégios historicamente adquiridos. Esses setores vêm praticando inúmeros atos de reação a essas conquistas, com maior ou menor densidade e organização.
Aparentemente desconectados, os inúmeros e recentes ataques à juventude e suas múltiplas formas de expressão e manifestação fazem parte de um contexto preocupante, que aponta para o recrudescimento da intolerância, do ódio e do preconceito de classe, raça, gênero, orientação sexual e geracional. Fazem parte desse contexto de ataque à juventude as frequentes agressões sofridas por homossexuais nas capitais e regiões metropolitanas, que tem resultado em mortes e em modificações na forma de vivência de territórios específicos; o impedimento do acesso de jovens das periferias e comunidades a determinados estabelecimentos comerciais, evidenciada para o país com a polêmica dos ‘rolezinhos’; os atos de ‘justiçamento’ que se exemplificam no menino acorrentado nu a um poste no Rio de Janeiro; a disputa por territórios entre indígenas e madeireiros ocorridas no Amazonas, que incitam o racismo e a violência, e cerceiam o acesso dos povos indígenas às cidades e seus equipamentos públicos; a ação dos grandes veículos de imprensa na tentativa de ridicularizar ou criminalizar os movimentos juvenis; a tentativa de redução da maioridade penal através da PEC 33.
A intenção do poder público em minimizar as pautas e bandeiras de luta da juventude brasileira, através de leis que regulam as manifestações e criminalizam movimentos e manifestantes - como a Lei 2405/13/RJ (lei anti-máscaras) e a Lei 12694/12 (MS) e o cerceamento de direitos constitucionais e a interferência direta na democracia do país através do PL 499/13 (lei anti-terror) que pode vir a se tornar uma reedição do AI-5, ameaçam o direito a livre organização dos movimentos, das manifestações. O adiamento da Conferência Nacional de Educação, por sua vez, também atinge frontalmente o direito à participação dos jovens brasileiros.
Apesar de possuírem diferentes atores em diferentes arenas e de promoverem efeitos em diferentes campos da vivência humana, todas essas ações podem ser caracterizadas como ataques à crescente mobilização juvenil que se espraia por toda a sociedade e que tem como base material inegável o bônus demográfico dos últimos anos.
O CONJUVE está terminando sua gestão e, como parte de seu processo de balanço, não poderia deixar de identificar a encruzilhada histórica da juventude brasileira. Se, por um lado, registramos muitos avanços, por outro identificamos uma crescente e preocupante tentativa de embaraçar as conquistas da juventude.
O principal desafio da próxima formação do CONJUVE, portanto, é impedir o retrocesso e garantir o rumo dos avanços sociais. Toda forma de mobilização e luta políticapor um país mais justo e igualitário é válida e desejável.
O Conselho Nacional de Juventude convoca as organizações e a juventude brasileira para mobilizarem-se no sentido de garantir o rumo das recentes transformações sociais que possibilitaram retirar da invisibilização social e política os anseios da juventude brasileira, garantidos pelo Estatuto da Juventude, como educação de qualidade; trabalho decente; saúde; acesso a cultura; sustentabilidade e meio ambiente; segurança pública; acesso à justiça; direito à cidade, ao território e à mobilidade urbana; acesso ao esporte e lazer e à livre participação social e política.
Convocamos também para que se unam na defesa de lutas históricas como a democratização dos meios de comunicação; difusão cultural; desmilitarização da polícia; reforma política, cultura do respeito, superação do machismo, combate à homofobia, extinção do racismo e do genocídio da juventude negra, fim da intolerância religiosa; combate à discriminação de jovens vivendo com HIV/AIDS; liberdade de manifestação; liberdade de expressão e outros tantos direitos historicamente negados.
É com muita mobilização nas redes, nas ruas e nas rampas que a juventude brasileira irá conquistar a efetivação desses direitos e a superação das velhas oligarquias conservadoras que dominaram o país desde sua colonização e que disseminam preconceitos, exclusão e intolerância contra a diversidade sócio cultural e econômica, impedindo os avanços garantidores de equidade e igualdade.

Adversários da juventude brasileira, não passarão!

36ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Juventude
Brasília, 25 de fevereiro de 2014.

REJU integra primeira iniciativa do Comitê de Promoção à Diversidade Religiosa no Fórum Social Temático

Edoarda Scherer

Durante a programação oficial do Fórum Social Temático (FST), no dia 24 de janeiro de 2014, no Memorial do RS, POA, realizou-se o Seminário "Laicidade do Estado, Direitos Civis e Democracia".
A mesa foi composta pela, bióloga Marcia Mocellin Raymundo, pelo advogado Renan Bulsing dos Santos, pela facilitadora da REJU Sul –RS, integrante do Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa, Edoarda S. Scherer, pela representante da coordenação-geral da política dos direitos LGBT (SDH/PR), Symmy Larrat, e pela teóloga Kathlen Luana de Oliveira. O momento foi mediado pela Assessora da Política de Diversidade Religiosa (SDH/PR) Marga Janete Ströher.
No debate, ressaltou-se as problemáticas enfrentadas em relação à intolerância religiosa no Brasil, nas esferas da saúde, da educação e do campo social e religioso. Destacaram-se as iniciativas do movimento ecumênico, em particular da juventude, e do movimento LGBT que vem articulando, em suas pautas, ações que visem a superação de intolerâncias históricas no cenário brasileiro. Ainda, foram pontuadas indagações a respeito do Ensino religioso e posicionamentos acerca da teologia.
Para as juventudes é essencial o trabalho em redes e integração de diferentes contextos que visem um diálogo para a superação das intolerâncias. Motivados pela utopia da casa comum, a promoção de políticas públicas concretizam a busca pela justiça.